Danilo Soares de
Oliveira:
“O movimento
espírita em
Manaus é amplo e
atuante”
Radicado na
capital do
Amazonas, o
confrade mineiro
diz como foi sua
experiência ao
participar do
movimento
espírita
amazonense
|
Danilo Soares de
Oliveira
(foto),
natural de Poços
de Caldas-MG,
reside
atualmente em
Manaus-AM, mas
em breve deverá
estar residindo
em Londrina-PR.
Espírita desde
1992, é
administrador,
pós-graduado em
Controladoria e
Auditoria e
gerente de uma
multinacional.
Com larga
experiência no
meio espírita,
vem colaborando
nos últimos
|
tempos no
Departamento de
Mediunidade da
Federação
Espírita
Amazonense.
Pelas respostas
dadas na
presente
entrevista é
possível ao
leitor perceber
a dimensão de
sua vivência no
meio espírita. |
Qual sua
experiência
vivendo agora no
peculiar Estado
do Amazonas?
Estar nas terras
do grande
cacique
Ajuricaba é uma
enorme honra,
uma deferência
inexprimível.
Tem sido uma
experiência
enriquecedora,
bastante
diferente, que
contrasta com o
que havíamos
vivenciado até
então em Poços
de Caldas-MG e
Mogi das
Cruzes-SP, mas
resumo uma
oportunidade
ímpar em todos
os sentidos:
pessoal,
espiritual,
moral e
profissional.
Qual o perfil do
movimento
espírita no
Estado,
considerando o
aspecto
geográfico?
O Amazonas é um
grande gigante
verde, com mais
de um milhão e
meio de km2.
Possui 62
municípios. Faz
fronteira com 5
estados e 3
países, e é
coberto, em sua
imensa extensão,
pelos grandes
rios e a
exuberante
floresta
Amazônica. A
minha percepção
é de um
movimento
espírita
bastante sólido
e fraterno, com
aspectos muito
particulares
tendo em vista a
sua extensão
geográfica e as
muitas
dificuldades:
seja de
locomoção e seu
alto custo, seja
de acesso às
demais regiões
do País, seja
pela
diversidade.
Talvez por isso
encontramos um
movimento
espírita
dedicado,
batalhador,
corajoso, unido
e muito rico de
experiências. A
capital Manaus
tem menos de 1%
do território do
Estado do
Amazonas e mais
de 50% da
população de
todo o Estado
com grande
diversidade
cultural e, por
isso mesmo, o
movimento
espírita
manauara é tão
amplo e atuante.
Quanto ao
Interior,
existem alguns
poucos núcleos
espíritas
estruturados (em
torno de 16
instituições),
porém com as
naturais
dificuldades de
contato
permanente com
outras bases e
com a própria
Federação. No
entanto, a
diretoria
executiva da FEA
– Federação
Espírita
Amazonense tem
envidado
esforços para ir
ao encontro
dessas Casas
Espíritas do
Interior e,
ainda, ir mais
além: fundar
novos núcleos
para que as
luzes da
Doutrina
Redentora possa
vencer
distâncias e
adentrar os
rincões da
floresta,
levando o
Consolador.
Todas as
vibrações em
favor desse
trabalho são
muito
bem-vindas.
Quantos centros
espíritas há em
Manaus e quais
as formas de
divulgação
espírita mais
utilizadas na
capital?
O movimento
espírita em
Manaus conta
hoje com cerca
de 65 Centros
Espíritas na
capital, além
das duas sedes
da Federação
Espírita
Amazonense-FEA,
a sede histórica
fundada em 1º de
janeiro de 1904
e a sede
administrativa.
Quanto à
divulgação, os
meios são
vários:
palestras,
seminários,
semanas
espíritas,
congressos,
rádio,
livrarias,
jornais, enfim,
tudo o que vemos
por aí
(Sul/Sudeste),
no entanto
concentrado na
Capital do
Estado. A veia
artística
espírita local é
muito forte, com
destaque para os
grupos de música
e de teatro.
Que nos diz
sobre sua
experiência
anterior no
movimento
espírita de
Minas Gerais,
comparada com o
trabalho
realizado agora
no Amazonas?
Essa é talvez
uma das maiores
lições que tiro
daqui.
Ambientado às
lides do
movimento
espírita
regional em
Minas Gerais,
com 22 cidades
compondo o
Conselho que
tivemos a bênção
de presidir por
6 anos, e ver
que pouco
daquilo que
experimentamos
nesse período
seria
equivalente para
o trabalho no
Amazonas, onde
as distâncias
são extremas e
as dificuldades
a vencer,
inúmeras. Desde
dias e dias de
barco ou
acúmulos de
passagens
aéreas, às
barreiras
culturais, os
perigos naturais
da floresta, as
doenças
transmitidas por
mosquitos e até
mesmo a
intolerância por
parte de alguns
irmãos
militantes de
outras
denominações
religiosas,
coisas que no
Sul do país não
se vê ou se vê
muito pouco na
atualidade. Tive
oportunidade de
participar da
inauguração de
uma instituição
no município do
Manaquiri(AM),
juntamente com
companheiros da
FEB, e isso me
fez valorizar
mais ainda as
facilidades que
temos no Sudeste
e admirar os
exemplos de
superação do
povo da
floresta.
Quais foram as
principais
dificuldades que
você
experimentou?
Inicialmente,
foi a adaptação
num lugar em que
você não conhece
nada e ninguém,
e enfrentar
outras
diferenças como
o clima, a
alimentação, a
agitação da
metrópole,
diferente da
pacata Poços de
Caldas. Conforme
fui conhecendo
os espíritas
locais,
principalmente
da Federação
Espírita
Amazonense, foi
admirável o
apoio, a
receptividade, o
carinho, a
acolhida do povo
amazonense, algo
“irretocável”,
um verdadeiro
exemplo a ser
seguido. As
lições que
tiramos são de
carinho, afeto,
reconfiguração
existencial para
mim e minha
família,
desprendimento,
equilíbrio,
enfim, um
abençoado
exercício
evangélico. Foi
um curto tempo
de convivência,
apenas oito
meses neste
Estado, por
necessidade
profissional,
mas sinto que
saio
diferente...
Há algum aspecto
que você
gostaria de
destacar?
Vir para o
Amazonas foi
descrito por nós
desde o início
como a
oportunidade de
reencarnar já
estando
encarnado e isso
resume bem essa
experiência,
pois deixar tudo
e a todos,
levando apenas a
experiência
adquirida na
"estrada" até
aqui,
reencontrando na
"nova
oportunidade"
grandes amigos
de outrora,
corações muito
caros para
nossas almas.
Significou
repensar tudo e
todas as
vivências do
"passado"
recente e
trazê-las para a
nova realidade,
com desafios
muito diversos e
extremamente
importantes e
preciosos.
Colaborei nesses
poucos meses
aqui em Manaus
no Departamento
da Mediunidade
da Federação e
cheguei a
participar da
reunião da
Comissão
Regional Norte,
que ocorreu no
mês de
junho/2012, na
cidade de Belém.
Na oportunidade,
destaco uma
característica
local que é a
presença de
muitas
lideranças
femininas, que
dão um toque
todo especial ao
movimento,
verdadeiras
“amazonas”, e o
investimento nos
jovens, em
futuras
lideranças. É
comum vermos
presidentes de
casas muito
jovens, porém
comprometidos e
engajados no
movimento.
Algo mais que
gostaria de
acrescentar?
Por motivos
profissionais,
estamos nos
desligando do
Amazonas para
sermos agora
acolhido pelos
irmãos
paranaenses na
cidade de
Londrina; então
gostaria de
registrar minha
profunda
gratidão ao povo
amazonense, em
particular aos
queridos irmãos
do movimento
espírita do
Amazonas e da
Federação
Espírita do
Estado.
Certamente
deixam em nós a
marca e o
exemplo de
vivência da
fraternidade
cristã. Deixo
estas terras
levando no
coração grandes
amigos, grande
experiência que
hão de valer e
contribuir por
toda a
existência. Rogo
a Jesus que nos
ilumine os
caminhos e
sentimentos por
onde quer que
estejamos.
Nota da Redação:
Esta entrevista
foi concedida
quando o
entrevistado
ainda residia em
Manaus, capital
do Amazonas.