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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 6 - N° 291 - 16 de Dezembro de 2012
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)
 

 
Danilo Soares de Oliveira: 

“O movimento espírita em Manaus é amplo e atuante” 

Radicado na capital do Amazonas, o confrade mineiro diz como foi sua experiência ao participar do movimento espírita amazonense
 
 

Danilo Soares de Oliveira (foto), natural de Poços de Caldas-MG, reside atualmente em Manaus-AM, mas em breve deverá estar residindo em Londrina-PR. Espírita desde 1992, é administrador, pós-graduado em Controladoria e Auditoria e gerente de uma multinacional. Com larga experiência no meio   espírita,  vem   colaborando   nos   últimos

tempos no Departamento de Mediunidade da Federação Espírita Amazonense. Pelas respostas dadas na presente entrevista é possível ao leitor perceber a dimensão de sua vivência no meio espírita. 

Qual sua experiência vivendo agora no peculiar Estado do Amazonas? 

Estar nas terras do grande cacique Ajuricaba é uma enorme honra, uma deferência inexprimível. Tem sido uma experiência enriquecedora, bastante diferente, que contrasta com o que havíamos vivenciado até então em Poços de Caldas-MG e Mogi das Cruzes-SP, mas resumo uma oportunidade ímpar em todos os sentidos: pessoal, espiritual, moral e profissional. 

Qual o perfil do movimento espírita no Estado, considerando o aspecto geográfico? 

O Amazonas é um grande gigante verde, com mais de um milhão e meio de km2. Possui 62 municípios. Faz fronteira com 5 estados e 3 países, e é coberto, em sua imensa extensão, pelos grandes rios e a exuberante floresta Amazônica. A minha percepção é de um movimento espírita bastante sólido e fraterno, com aspectos muito particulares tendo em vista a sua extensão geográfica e as muitas dificuldades: seja de locomoção e seu alto custo, seja de acesso às demais regiões do País, seja pela diversidade. Talvez por isso encontramos um movimento espírita dedicado, batalhador, corajoso, unido e muito rico de experiências. A capital Manaus tem menos de 1% do território do Estado do Amazonas e mais de 50% da população de todo o Estado com grande diversidade cultural e, por isso mesmo, o movimento espírita manauara é tão amplo e atuante. Quanto ao Interior, existem alguns poucos núcleos espíritas estruturados (em torno de 16 instituições), porém com as naturais dificuldades de contato permanente com outras bases e com a própria Federação. No entanto, a diretoria executiva da FEA – Federação Espírita Amazonense tem envidado esforços para ir ao encontro dessas Casas Espíritas do Interior e, ainda, ir mais além: fundar novos núcleos para que as luzes da Doutrina Redentora possa vencer distâncias e adentrar os rincões da floresta, levando o Consolador. Todas as vibrações em favor desse trabalho são muito bem-vindas. 

Quantos centros espíritas há em Manaus e quais as formas de divulgação espírita mais utilizadas na capital? 

O movimento espírita em Manaus conta hoje com cerca de 65 Centros Espíritas na capital, além das duas sedes da Federação Espírita Amazonense-FEA, a sede histórica fundada em 1º de janeiro de 1904 e a sede administrativa. Quanto à divulgação, os meios são vários: palestras, seminários, semanas espíritas, congressos, rádio, livrarias, jornais, enfim, tudo o que vemos por aí (Sul/Sudeste), no entanto concentrado na Capital do Estado. A veia artística espírita local é muito forte, com destaque para os grupos de música e de teatro. 

Que nos diz sobre sua experiência anterior no movimento espírita de Minas Gerais, comparada com o trabalho realizado agora no Amazonas? 

Essa é talvez uma das maiores lições que tiro daqui. Ambientado às lides do movimento espírita regional em Minas Gerais, com 22 cidades compondo o Conselho que tivemos a bênção de presidir por 6 anos, e ver que pouco daquilo que experimentamos nesse período seria equivalente para o trabalho no Amazonas, onde as distâncias são extremas e as dificuldades a vencer, inúmeras. Desde dias e dias de barco ou acúmulos de passagens aéreas, às barreiras culturais, os perigos naturais da floresta, as doenças transmitidas por mosquitos e até mesmo a intolerância por parte de alguns irmãos militantes de outras denominações religiosas, coisas que no Sul do país não se vê ou se vê muito pouco na atualidade. Tive oportunidade de participar da inauguração de uma instituição no município do Manaquiri(AM), juntamente com companheiros da FEB, e isso me fez valorizar mais ainda as facilidades que temos no Sudeste e admirar os exemplos de superação do povo da floresta.

Quais foram as principais dificuldades que você experimentou? 

Inicialmente, foi a adaptação num lugar em que você não conhece nada e ninguém, e enfrentar outras diferenças como o clima, a alimentação, a agitação da metrópole, diferente da pacata Poços de Caldas. Conforme fui conhecendo os espíritas locais, principalmente da Federação Espírita Amazonense, foi admirável o apoio, a receptividade, o carinho, a acolhida do povo amazonense, algo “irretocável”, um verdadeiro exemplo a ser seguido. As lições que tiramos são de carinho, afeto, reconfiguração existencial para mim e minha família, desprendimento, equilíbrio, enfim, um abençoado exercício evangélico. Foi um curto tempo de convivência, apenas oito meses neste Estado, por necessidade profissional, mas sinto que saio diferente... 

Há algum aspecto que você gostaria de destacar? 

Vir para o Amazonas foi descrito por nós desde o início como a oportunidade de reencarnar já estando encarnado e isso resume bem essa experiência, pois deixar tudo e a todos, levando apenas a experiência adquirida na "estrada" até aqui, reencontrando na "nova oportunidade" grandes amigos de outrora, corações muito caros para nossas almas. Significou repensar tudo e todas as vivências do "passado" recente e trazê-las para a nova realidade, com desafios muito diversos e extremamente importantes e preciosos. Colaborei nesses poucos meses aqui em Manaus no Departamento da Mediunidade da Federação e cheguei a participar da reunião da Comissão Regional Norte, que ocorreu no mês de junho/2012, na cidade de Belém. Na oportunidade, destaco uma característica local que é a presença de muitas lideranças femininas, que dão um toque todo especial ao movimento, verdadeiras “amazonas”, e o investimento nos jovens, em futuras lideranças. É comum vermos presidentes de casas muito jovens, porém comprometidos e engajados no movimento. 

Algo mais que gostaria de acrescentar? 

Por motivos profissionais, estamos nos desligando do Amazonas para sermos agora acolhido pelos irmãos paranaenses na cidade de Londrina; então  gostaria de registrar minha profunda gratidão ao povo amazonense, em particular aos queridos irmãos do movimento espírita do Amazonas e da Federação Espírita do Estado. Certamente deixam em nós a marca e o exemplo de vivência da fraternidade cristã. Deixo estas terras levando no coração grandes amigos, grande experiência que hão de valer e contribuir por toda a existência. Rogo a Jesus que nos ilumine os caminhos e sentimentos por onde quer que estejamos.


Nota da Redação:
 

Esta entrevista foi concedida quando o entrevistado ainda residia em Manaus, capital do Amazonas.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita