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Editorial Inglês Espanhol    

Ano 6 - N° 298 - 10 de Fevereiro de 2013

 
 

 

Reflexões sobre o incêndio
de Santa Maria
 


Passadas duas semanas desde que se verificaram os tristes acontecimentos ocorridos no dia 27 de janeiro na cidade de Santa Maria (RS), o assunto continua sendo objeto de discussões nos meios de comunicação do País, os quais, refletindo as preocupações dos leitores, vêm enfatizando dois pontos.

O primeiro: a esperança de que os acontecimentos do dia 27 despertem a consciência dos agentes públicos e dos empresários para que fatos semelhantes não mais ocorram.

O segundo: a necessidade de que os eventuais culpados pela tragédia sejam devidamente identificados e levados à prestação de contas perante os tribunais.

No meio espírita, como é natural, muitos ainda se perguntam: – Que dizer às pessoas que enfrentam tragédias de idêntica natureza?

Entendemos que a resposta a essa pergunta é simples: – Não há o que dizer, a não ser  orar em favor de todas elas, reafirmando nossa fé em Deus e na misericórdia divina, e procurando entender, com as luzes que o Espiritismo nos oferece, por que ainda ocorrem em nosso mundo fatos semelhantes.

Este pensamento está refletido no editorial da edição de fevereiro do jornal O Imortal, do qual extraímos o trecho abaixo:

“Das muitas manifestações publicadas nos dias seguintes ao incêndio, chegou-nos ao conhecimento um texto intitulado Reflexões espíritas sobre a tragédia de Santa Maria, de autoria da conhecida escritora Dora Incontri, que fez oportunas considerações sobre os fatos registrados na mencionada cidade.

Como afirma Dora em seu artigo, não temos condições de dizer por que aquelas pessoas desencarnaram em condições assim tão aflitivas. Faltam-nos para isso informações de que não dispomos. Os episódios do edifício Joelma, ocorridos em fevereiro de 1974, podem dar-nos uma pista, mas sabemos muito bem que, na vida, cada caso é um caso, que pode ter ou não semelhança com outros.

É claro que com os ensinamentos que temos recebido na doutrina espírita a questão da morte não nos causa o temor ou as angústias que acometem as pessoas despreparadas para enfrentá-la, mas trata-se de informações genéricas que, evidentemente, podem ou não aplicar-se a determinada situação individualmente considerada.”

Inteiramente de acordo com o pensamento de Dora Incontri e com o editorial a que nos referimos, eis o que entendemos seja possível dizer aos nossos irmãos de Santa Maria:

- que Deus é um Pai amoroso, justo e sábio, que deseja somente o bem para os seus filhos...

- que as provas que nos acometem na vida não vêm para nos esmagar, mas para serem superadas e vencidas...

- que a morte não existe e, portanto, os jovens que partiram continuam a viver e poderão, em determinado momento, dar aos familiares notícias de suas condições...

- que a morte traumática deixa marcas naqueles que partem e também naqueles que ficam e, por isso, todos eles necessitam de amparo e oração...

- que o sofrimento tem  sempre significado existencial, que cada pessoa deve descobrir e transformar em motivo de ascensão...

- que a fé, a comunhão com a Espiritualidade, seja ela qual for, dá forças ao indivíduo para superar quaisquer traumas, inclusive os decorrentes de fatos como esse.

*

Além do acima exposto, nada mais nos é lícito dizer, mas, sim, esperar, como a grande imprensa tem destacado, que tragédias como essa jamais se repitam e que as providências que competem à Justiça sejam efetivamente tomadas, porque está provado que é a impunidade que cria as condições para que a negligência e a omissão dos agentes responsáveis se perpetuem.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita