Fale-nos de seu
envolvimento com
o portal Luz
Espírita.
Não sabia nada
de Espiritismo e
tinha ojeriza do
tema só de ouvir
falar. Mas desde
que assisti a
uma
videobiografia
de Chico Xavier
(produção da FEB),
publicada na
internet (site http://www.dominiopublico.gov.br),
passei a estudar
a doutrina,
baixando os
livros da
codificação e me
informando sobre
tudo quanto me
era possível. Um
ano depois,
passei a
frequentar a
casa espírita e
me ingressei no
curso
doutrinário. Lá,
com alguns
amigos, tivemos
a ideia de
lançar um site e
nele oferecer
material de
apoio aos
interessados no
estudo espírita,
pois vimos a
importância da
internet para
isso e, àquela
época, havia
poucos sites
espíritas e eles
pouco ofereciam.
Daí nasceu o
Portal Luz
Espírita, com
sua proposta de
dinamizar o
estudo
espírita.
Quais as maiores
dificuldades na
administração do
portal?
Basicamente,
nosso trabalho é
caseiro, pois
não dispomos de
recursos
financeiros que
nos possibilitem
grandes
produções, como
gostaríamos.
Também não temos
intenção de
comercializar
nada e nos
isentamos de
abrir uma caixa
de coleta, pois
julgamos que,
enquanto
pudermos nos
isentar de
movimentar
dinheiro, maior
credibilidade
teremos. Em
compensação,
somos sempre
agraciados aqui
e acolá com a
criatividade dos
voluntários e
dessa forma,
pensamos, temos
feito coisas
boas em prol da
causa espírita.
Na edição de
mídias e do
próprio site,
pensando na
divulgação
espírita, como
você situa a
questão do
critério
doutrinário para
o que vai ser
divulgado?
A ponderação é
um ponto
espírita:
devemos analisar
tudo e submeter
qualquer
proposição às
bases
doutrinárias,
até que, se
preciso,
rejeitar aquilo
que
absolutamente
fuja da lógica
filosófica da
Doutrina
Espírita.
Contudo, essa
não é uma tarefa
fácil quando se
trabalha em
equipe, pois
pode haver
pontos de vistas
divergentes,
além do que,
quem se atreve a
ditar a verdade
incontestável?
Em casos assim,
ao invés da
censura radical,
o material pode
ser publicado e,
em acréscimo,
convidar o
público para uma
apreciação.
E sua
experiência com
a palestra
lítero musical?
Tomei para mim
como uma missão
levar a música
espírita aonde
possa ir. Desde
que li no livro
"Obras
Póstumas", de
Allan Kardec, o
capítulo "Música
espírita",
senti-me tocado
em fazer essa
mensagem ganhar
forma. É uma das
maiores alegrias
que tenho nessa
jornada.
Fale-nos de seu
amigo João
Lucius.
Conheci João
Lucius no curso
doutrinário na
nossa casa
espírita A
Caminho da Luz e
nele reconheci
um irmão. Além
de um músico
talentoso, ele é
uma pessoa
amável. Dessa
maneira,
firmamos uma
parceria musical
e já estamos com
meia década de
peregrinação, de
casa em casa
espírita,
cantarolando
essa doutrina
maravilhosa.
Como tem sentido
a repercussão da
música nas
apresentações?
Até o momento,
não passamos por
nenhum
contratempo
grave. A
princípio, havia
certa
desconfiança em
alguns, mas
depois da nossa
exposição só
temos recebido
afeto,
inclusive,
alguns confessam
terem ficado
surpresos
positivamente
com nossa
proposta de
música
espírita.
Como tem lidado
com a rejeição
em algumas
instituições?
Não tivemos um
embate direto
com ninguém a
respeito de
nosso trabalho e
só vamos aonde e
quando somos
convidados, por
isso, não
computo qualquer
rejeição. No
máximo,
encontramos
indiferença ou
desconfiança de
uns e de outros
— até começarmos
a explanação. Se
antigamente
falar em
evangelho
musical era
quase uma
heresia no meio
espírita, hoje é
a rejeição que
se tornou
malvista.
Há recepção
mediúnica das
letras e músicas
ou
aproveitamento
de material já
existente? Em
havendo ou não,
relate-nos sobre
essa
experiência.
Eu e o João
Lucius temos
composições
individuais e em
parceria.
Certamente que
há envolvimento
espiritual nas
nossas letras,
mas como nenhum
de nós teve a
percepção clara
da influência de
qualquer
Espírito,
dizemos que não
é o caso de
considerarmos
como música
mediúnica. Cada
qual das
composições tem
sua história;
algumas vieram
"prontas" —
tanto a letra
como a melodia
—, noutras nós
trabalhamos com
base em textos,
citações e fatos
corriqueiros que
nos inspiram à
composição.
Qual a
importância da
música para a
evolução humana?
A música é um
dos elementos
potencializadores
de energias
benéficas. Logo,
qualificar-se
nessa matéria é
enriquecer-se
dessa potência,
trabalhando
especialmente o
lado emocional.
Para medirmos o
potencial da boa
música, podemos
pegar o efeito
colateral e
ponderar quanto
a música banal
tem feito
estragos nas
pessoas,
arrastando-as ao
precipício dos
vícios, da
violência e da
desordem. No dia
em que o
movimento
espírita souber
usar a música em
prol da nossa
doutrina tão bem
quanto o senso
vulgar tem feito
em prol da
promiscuidade, o
Espiritismo será
a doutrina
predominante no
nosso mundo.
Algo mais a
acrescentar?
Faço o apelo
para que os
espíritas,
individualmente,
e as
instituições
kardecistas
promovam a
música espírita.
Incentivem a
formação dos
grupos musicais,
especialmente
visando atrair a
juventude.
Entretanto,
tenho para mim
que uma campanha
dessa natureza
exclui a
promoção
pessoal. Nosso
trabalho é todo
voluntário e
cremos que essa
é a melhor
conduta. Que não
haja músicos
espíritas — como
profissão —, mas
que os espíritas
sejam músicos,
pois, aliás, no
nosso curso
evolutivo, uma
das matérias
para se chegar à
perfeição é a de
música.
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