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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 7 - N° 334 - 20 de Outubro de 2013

 
 



Pepe, o Galo brigão

 

Sérgio, menino muito arteiro, estava sempre criando problemas com seus amiguinhos e se enfiando em enrascadas. A mãe corria, gritando:
 

— Sérgio! Não faça isso, meu filho! Você vai se machucar!

— Desça do telhado, Sérgio! Você pode cair e quebrar a perna!

— Sérgio! Não brigue com o gato! Não bata no cachorro!

Mas o garoto era realmente travesso e estava sempre fazendo o que não devia. Um dia a mãe, cheia de

paciência, o colocou no colo e disse:

— Meu filho, cada um de nós recebe sempre de acordo com o que faz. Você vê o que acontece com as plantinhas? A gente planta e colhe o que plantou, não é?

— É, mamãe. Você plantou um pé de tomate e agora comemos tomates do nosso quintal, de que eu gosto muito! — ele lembrou.

— Então, quando fazemos coisas erradas, vamos colher o quê? Por exemplo. Você provoca o seu gatinho. Como ele vai reagir? — indagou a mãe.

— Ele vai me arranhar com suas unhas bem afiadas!

— Isso mesmo. E se você bater no seu cachorrinho?

— Ele vai latir com raiva e rosnar, querendo me morder!

— Exatamente, filho. Mas você gosta deles. Então, por que deixá-los com raiva? Qualquer dia eles podem atacá-lo e você não vai gostar!

O menino baixou a cabeça, concordando com a mãe e prometeu que não provocaria mais seus animais de estimação. Mas logo ele esqueceu o que prometera.
 

Certo dia, ele estava voltando da escola e viu um galo que ciscava num gramado. 

Ele chegou perto do galo e começou a provocá-lo. O galo eriçou-se todo, fez cara de poucos amigos e partiu para o ataque. Sérgio saiu correndo para fugir do galo que, mais rápido, o alcançou e passou a bicar suas pernas. O menino corria apavorado e gritava:

— Socorro! Acudam!... Tirem este galo daqui!... 

Mas não havia ninguém que pudesse ajudá-lo. E o que é pior: Sérgio tropeçou e caiu, e o galo veio para cima dele, bicando-o, enquanto ele se defendia com a mochila.

Para sua sorte, o dono do galo naquele momento estava chegando à sua casa e viu a situação do garoto. Correu, segurou o galo e, desculpando-se com o menino, perguntou:

— Mas o que aconteceu? Meu galo é pacífico! Pepe só ataca quando é provocado!
 

Sérgio, parando de chorar, limpou o rosto e justificou-se:

— Eu quis brincar com seu galo, mas acho que ele não gostou.

— Ah! Já sei o que aconteceu! Você deve ter provocado Pepe! Olhe, garoto, poderia ter ficado muito machucado. Pepe é um galo brigão! Ganhei de um amigo que o comprou por achá-lo bonito, mas ao descobrir que ele gostava de atacar as pessoas, não o

quis mais por ser muito perigoso. Como gosto de animais, resolvi cuidar dele e treiná-lo para mudar de comportamento. Desse modo, Pepe nunca mais atacou ninguém. Você está ferido?

O garoto olhou para o galo, agora nos braços do dono e disse:

— Não se preocupe. Fiquei com alguns arranhões e bicadas, mas eu mereci. Nunca mais vou mexer com animal nenhum.

O rapaz foi com Sérgio até a casa dele, explicou à mãe do menino o que tinha acontecido e considerou:

— Como dono do Pepe, sinto-me responsável pelo que aconteceu ao seu filho. Peço-lhe desculpas, senhora!

— Não se preocupe. Conheço meu filho Sérgio e imagino o que tenha acontecido — respondeu ela, que se virou para o filho e perguntou:

— Como está, meu filho? Deixe-me ver seus machucados! Não foi nada. Vou buscar minha caixinha de primeiros socorros e logo resolvo o problema.

Após limpar bem os ferimentos nas pernas, ela colocou remédio e, dando por terminado, deixou o filho deitado no sofá. O rapaz, mais tranquilo ao ver Sérgio bem, despediu-se, pedindo novamente desculpas pelo seu galo, ao que Sérgio respondeu:

— Não se desculpe. A culpa foi minha, pois provoquei Pepe. Eu poderia visitá-lo de vez em quando? Gostei do seu galo!

— Pode, claro! Isto é, se sua mãe deixar.

— Mamãe deixa, não é? Ela sabe que a culpa foi minha.

Assim, tudo resolvido, o garoto respirou fundo, satisfeito por estar bem e prometendo que nunca mais provocaria animal nenhum. Tomou-se de amores por Pepe, que passou também a estimá-lo, tornando-se seu amigo.

O gato e o cãozinho de Sérgio também gostaram da novidade, pois não ficaram mais estressados com as provocações do menino, cujo comportamento mudou por completo. Ele agora os tratava com muito amor e delicadeza.
                                                       

MEIMEI


(Recebida por Célia X. de Camargo, aos 2/9/2013.)

                                                    

 


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