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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 8 - N° 406 - 22 de Março de 2015

 
 

 

Vale mais ajudar ou ser ajudado?

 

Há muito tempo atrás, havia um homem chamado Efraim que procurava sempre ajudar os outros. Era bom e prestativo, mas sempre ridicularizado por todos. 
 

As pessoas estranhavam sua maneira de agir, sempre fazendo o que os outros pediam, sem reclamar.

Quando a esposa o cobrava por algo que ele poderia ter feito, embora não fosse sua obrigação, ele resolvia o problema, calado.

Quando alguém no trabalho o cobrava por não ter realizado certo serviço, que na verdade era de outra pessoa, ele não brigava. Com boa vontade, pegava a enxada e ia dar conta da tarefa, deixando tudo pronto.

Se alguém o procurava pedindo-lhe que limpasse o quintal, embora não fosse sua obrigação, ele concordava e gastava o dia para deixá-lo arrumado e bonito.

Assim acontecia sempre, sem que esse homem reclamasse de coisa alguma.

Certa ocasião, como Efraim estivesse derrubando uma árvore a pedido de alguém, Josué, um amigo, chegou-se a ele e perguntou:

— Efraim, por que você faz tudo o que lhe pedem, mesmo que não seja serviço seu? E, muitas vezes, sem cobrar nada?
 

Efraim, cansado, largou o machado aos seus pés, sentou-se à sombra de linda árvore e, tomando fôlego, respondeu:

— Josué, eu penso que sempre devemos ajudar aos outros em suas necessidades. E se fôssemos nós que estivéssemos precisando de ajuda? Então, eu prefiro ser aquele que auxilia, para não ser aquele que pede.

— Mas por quê? Você não gosta de ser ajuda-
do?!...

Efraim pensou um pouco e esclareceu:

— Josué, é que nosso Mestre Jesus, quando esteve aqui na Terra, nos ensinou certa ocasião que quem quisesse ser o primeiro entre todos deveria ser o servo de todos. Porque Jesus não veio para ser servido, mas para servir. Então, com Jesus, eu prefiro estar na condição daquele que ajuda e não na condição daquele que recebe a ajuda. Entendeu?

Josué, que ouvira com atenção a resposta de Efraim, balançou a cabeça concordando:

— Jesus tem razão. Se estivermos trabalhando estamos bem. Quando precisamos de ajuda, é sinal de que estamos mal, qualquer que seja a situação.

— E o Mestre também nos esclarece dizendo que devemos nos colocar no lugar do outro. Então, olhando para um irmão necessitado, penso: Eu gostaria de estar no lugar dele? Não. Então, sejamos nós os amigos que socorrem, para não sermos amanhã necessitados de socorro.

Josué sorriu e agradeceu ao amigo Efraim pela explicação. Deixou a tenda onde se abrigavam, buscando o ar puro do campo.

Não demorou muito, lembrando o que ouvira de Efraim, Josué foi envolvido por certo sentimento de insatisfação íntima ao lembrar-se de como tinha agido com um seu trabalhador. Envergonhado, procurou o serviçal até encontrá-lo com a enxada na mão, revolvendo a terra.

Aproximando-se dele, Josué considerou:

— Justo, outro dia eu o tratei mal por uma bobagem. Chamei-o de preguiçoso, afirmei que você não faz nada e estou arrependido. Você ainda é muito novo, está aprendendo a trabalhar e fiquei sabendo que está doente. Procurei informação e me disseram que você sente muita dor e por isso não pode trabalhar. Então, pensei bem e, enquanto não estiver bem, não precisa vir trabalhar. Está de folga.

— Mas, patrão...

— Não se preocupe, Justo. Volte quando estiver bom de novo!

Os olhos do trabalhador brilhavam com lágrimas que não chegaram a cair. Aproximou-se do senhor e disse:

— Deus lhe pague, senhor! Logo que estiver bom, continuarei meu serviço. Não se preocupe. Não terá prejuízo algum, pode acreditar!
 

Despediram-se e Josué, esporeando seu cavalo, tomou o rumo de casa. Sentia uma alegria muito grande! Aquela atitude simples que tomara dera-lhe paz ao coração.

Realmente, colocar-se no lugar de Justo fizera toda a diferença, gerando para ambas as partes sensação de bem-estar e satisfação.

Contente, Josué retornou para sua

casa, onde a paz e o amor da família o envolveram. Lembrando-se do Mestre de Nazaré, sabia que Ele o ajudara na decisão.

Então, ajoelhou-se no solo e agradeceu a Jesus, do fundo do coração, pelo esclarecimento íntimo que lhe dera.  

MEIMEI

(Recebida por Célia X. de Camargo, em 08/12/2014.)


                                                 
                                                   
 


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