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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 9 - N° 410 - 19 de Abril de 2015

 
 

 

O Cisne Real

 

Em belo lago, brincava uma linda patinha, divertindo-se com seus irmãos. O dia estava lindo e o sol brilhava no alto.

Ao deixarem a mamãe, ela lhes disse:
 

— Brinquem bastante na água, porém tenham cuidado com aqueles bichos que vocês não conhecem, meus filhos. Podem ser perigosos!

— Está bem, mamãe. Não se preocupe, eu cuidarei deles — afirmou a patinha que era um pouco maior e que muito amava seus irmãozinhos.

 
Assim, atravessaram o pequeno pasto e chegaram até o lago. Contentes, logo se atiraram na água fresca, divertindo-se a nadar.

Naquele dia, porém, chegara ao sítio um belo cisne real, orgulhoso da sua procedência e da sua beleza. Ao ver os patinhos nadando, cheio de arrogância, falou irritado:

— O quê?!... Vou ter de dividir o espaço com estes desprezíveis patinhos?

E, assim dizendo, ele ergueu as belas asas, nervoso, e bateu-as na água, incapaz de aceitar tamanha humilhação.

Doca, a patinha, chacoalhou a água das suas asas e respondeu:

— Pois saiba, senhor Cisne Real, que há muito tempo nos banhamos neste lago. E o senhor, quem é para reclamar assim? É o dono do lago, por acaso?

O Cisne Real, com expressão de desdém olhou para o outro lado, depois se virou, afirmando:

— Sou de família nobre, minha jovem, e fui trazido para esta propriedade, para enfeitar este local, onde só existem aves como vocês, pobres e feios patos!

E, ao falar, o Cisne levantava as belas e grandes asas, exibindo-se diante dos patinhos.

Humilhada, a patinha Doca, ouvindo as palavras do Cisne, baixou a cabecinha, com vergonha da sua pequenez.

E o Cisne, após exibir-se diante dos patinhos, saiu a nadar, cheio de pose e arrogância, enquanto eles o olhavam cheios de admiração.

Nisso, observando-o ao longe, Doca notou que o lindo Cisne parecia estar em dificuldades; batia as grandes asas, porém não conseguia sair do lugar.

Doca, dona de um coração bom e generoso, preocupada com o Cisne, que não conhecia aquele lago, nadou o mais rápido que pôde, para ver o que estava acontecendo, seguida de seus irmãozinhos.

Ao aproximar-se, Doca viu que o belo Cisne estava preso em galhos que, por ocasião de fortes chuvas que ocorreram naquele lugar, haviam ficado escondidos pela água. Então, a patinha aproximou-se, mergulhou e viu o galho onde o Cisne estava preso. Sozinha, porém, não conseguiria libertá-lo. Então, ela chamou os patinhos, seus irmãos, para que a ajudassem a retirar o galho que prendia o Cisne.

— Temos que ser rápidos! — ela exclamou. — Quanto mais o Cisne se mexe, mais ele fica preso nos ramos do galho. Venham! Vou mostrar-lhes como libertá-lo.

Assim, a patinha Doca mergulhou, mostrou a seus irmãozinhos o que deveriam fazer, retirando os ramos até que o Cisne pudesse ficar livre.

Desse modo, em pouco tempo o belo Cisne estava livre. Envergonhado, ele agradeceu a Doca e seus irmãozinhos que o haviam libertado:
 

— Agradeço-lhes do fundo do meu coração pelo socorro que vocês me prestaram! E sinto-me envergonhado pelas palavras ofensivas que lhes disse ao nos encontrarmos pela primeira vez.

Doca, com uma carinha dengosa, respondeu:

— Não se preocupe, senhor Cisne.

Nós não ficamos ofendidos com suas palavras.

— Mas eu não podia ter-lhes dito aquelas coisas horríveis!

Doca balançou a cabecinha e, com generosidade, respondeu:

— Mas o senhor Cisne é muito melhor e mais bonito do que nós, isso é um fato! Nós o admiramos muito, não é verdade, crianças?

Os patinhos balançaram as cabecinhas, risonhos e cheios de admiração, concordando.

O Cisne, agora mais humilde, de cabeça baixa, reconheceu:

— Mas o que adianta a minha beleza e meu orgulho, se eu poderia ter morrido preso a simples ramos de árvore, não fosse a ajuda que recebi de vocês? Foram muito eficientes no socorro que me prestaram e vou ser-lhes grato pelo resto da minha vida.

O belo Cisne parou de falar, olhou para cada um deles e disse, abrindo as lindas asas:

— Amigos? Vocês me perdoam?

Doca e os patinhos correram a agasalhar-se sob as lindas e enormes asas do Cisne, que os acolheram com carinho.

— Senhor Cisne, fico contente que sejamos amigos daqui para frente! E, se precisar de nós, estamos aí!... — respondeu Doca.

O lindo Cisne Real disse, com tristeza:

— Quando fui comprado e vim para cá, fiquei sem minha família... Agora sou sozinho no mundo!... Gostaria que me considerassem da família de vocês.

— Claro! Agora nós seremos uma só família! Venha conosco, Cisne. Vamos apresentá-lo à nossa mamãe. Tenho certeza de que ela o receberá de asas abertas!...

A partir desse dia, sentimentos de verdadeira amizade e companheirismo nasceram entre a família de patinhos e o lindo Cisne Real, que passou a compreender que todos somos filhos de Deus e que ninguém é maior ou menor do que os demais. Apenas somos diferentes!   

MEIMEI 

(Recebida por Célia X. de Camargo, em 16/03/2015.)


                                                 
                                                   
 


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