Você é mesmo espírita?
Você, sim, você que me lê agora. É a você mesmo que
dirijo a pergunta.
Imagino as respostas afobadas de muitos! É claro que sou
espírita. Que pergunta absurda, você me conhece aqui do
Centro há quantos anos e vem agora me fazer uma pergunta
impertinente dessas? E escutarei também as respostas
mais dissertativas de outros, naquele tom de voz
doutoral e de quem sabe tudo sobre o assunto.
Pois eu
lhe digo daqui que não. Você julga que é espírita.
Então,
vamos lá refletir sobre algumas situações:
1. Quando
um morador de rua, com roupas sujas, barba crescida a
esmo, e bafo de álcool se aproxima de você e pede uma
ajuda, você finge que não escuta, ficou cego, surdo e
mudo de repente, desvia seus passos e ignora aquele ser
que Jesus considera seu irmão?
2. Ou
você compra um lanche para minorar a fome do pobre
coitado, mas faz questão de contar – com ar compungido -
a sua ajuda ao maior número possível de pessoas que
frequenta o mesmo Centro Espírita que você e inclui seus
parentes e vizinhos?
3. Se
um mendigo bate à sua porta e pede algo para matar a
fome, você escolhe o que já está na geladeira há dias e
que você, gozado, naquela manhã ia jogar no lixo? E
ainda diz que ia se desfazer daquela comida e foi Deus
quem colocou o mendigo na sua porta para que você
pudesse oferecer esses restos que iam para o lixo (rs...
rs...). Melhor rir para não chorar! Ou seja, Deus não
tem mais nada o que fazer senão fiscalizar o conteúdo
das geladeiras...
4. Quando
você doa uma roupa que, um dia, foi especial, você corta
os botões que são bonitos e que talvez ou nunca sirvam
para colocar numa futura roupa. Ou seja, o que precisa
de roupa vai vestir uma roupa, mas sem botões...
5. Quando
alguém lhe conta algo de muito íntimo e pede sigilo
total, você diz “minha boca é um túmulo” ou “pode
confiar, morro, mas não falo”. Mas daí a uns minutos já
está contando o que era sigiloso para outra pessoa a
quem pede sigilo também.
6. Você
estuda, faz seus cursos numa Casa Espírita. Já se
considera douto no assunto, mas o seu ego desmedido faz
com que você enalteça o que estudou, mas não o pratica.
7. Disse
Divaldo, no programa do Jô Soares: "Eu
respeito mais um ateu digno do que um religioso
hipócrita".
8. Você,
jovem ainda, que se inicia nas lides espíritas, saiba
que o ensino/estudo do Espiritismo é essencial.
9. Lembre-se,
porém, que o lema do Espiritismo é a caridade.
10. Considere, também, que este lema é abrangente demais
com infinitos desdobramentos. Então, não é um simples
texto assim que vai dizer o quê e como você deve fazer
para ser realmente um bom espírita.
11. Esteja
sintonizado com seu coração e escute-o. Ele lhe dirá se
você está fazendo o certo, se você está trilhando o
caminho certo.
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Kardec
assim definiu o verdadeiro espírita:
“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua
transformação moral e pelos esforços que emprega para
domar suas inclinações más”.
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