Reflexões sobre o poder
e a glória
Quanto mais conheço os homens, mais estimo os animais. Alexandre
Herculano
O vão poder.
O homem mata e morre para ter o poder nas mãos, para
controlar tudo como se ele fosse o único não acéfalo no
planeta Terra. Sim, só ele é inteligente e sagaz o
suficiente para resolver e determinar tudo a contento.
Na verdade, alguns, na sua estultícia, se consideram um
escolhido e enviado por Deus! como se Ele, Deus, tivesse
passado uma procuração para O representar aqui na Terra.
A vã Glória.
Efêmera e fugaz. Há pessoas que não vivem suas vidas.
Vivem projetados nas vidas dos outros.
No afã de quererem que os outros os considerem
importantes (a velha megalomania e ego inflado) fazem
tudo para agradar, despojam-se de suas emoções, se
envolvem na vida dos outros, dão pitaco e, se a pessoa
os descarta, entram em crise, em profunda desesperança,
procurando descobrir o que fizeram ou disseram de errado
para afastar o outro. E aí, meus queridos leitores, vem
o reverso da medalha. Achando que fomos ingratos quando
damos um “chega pra lá”, ou muito pior quando os
ignoramos, eles se sentem traídos e começa uma vingança
cruel.
São capazes de tudo o que atenta contra os princípios
morais e éticos. Costuram - ardilosamente e em sigilo -
formas de denegrir as pessoas e, feito cobra cascavel,
se arrastam pela lama da vida mentindo e esquecendo que
há outras formas de viver sem essa luta surda e ignóbil
que a tudo e todos desconsidera e conspurca.
O mais importante para essas pessoas é que todos os
outros as achem importantes. É só prestar atenção na
pessoa que recebe um elogio, sorri, estufa o peito, de
repente torna-se loquaz e é todo sorrisos e mesuras. Ao
mesmo tempo, para quem está de fora, diria que é quase
engraçado. No momento em que ele sente que os outros o
acham importante, volta a ser feliz.
E, pasmem: essas mesmas chegam a rogar a Deus que as
defenda e que as ajude a mostrar que sabem o que fazer e
bajulam até Deus!
Poder, pequenez de espírito, esquecem que Deus não
compactua com esses quereres fantasiosos. Esquecem
também que todos nós terminamos a vida neste planeta de
um momento para o outro, sem aviso prévio.
E, após nossa “morte” os mais queridos nos choram. Mas,
após um mês, choram menos e, de repente, ninguém lembra
mais, fica como uma vaga lembrança. Não se iluda. É
assim mesmo, tal e qual o efêmero e ilusório poder!
Todos nós já erramos na vida, alguns mais, outros menos,
mas sempre há um momento em que dizemos: “Chega! Por aí
não vou mais”!
E aí você começa a viver a verdadeira vida dentro de
você mesmo. A sua vida!
Então, enquanto ainda há tempo, viva intensamente a sua
vida.
E deixe que os outros vivam em paz!
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