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por Rogério Coelho

 

A legítima riqueza

 

Que vale ser rico de bens materiais e pobre de conquistas espirituais?


"Não ajunteis tesouros na Terra; mas ajuntai tesouros no Céu." Jesus.

 

Transitórias e perecíveis são as riquezas amealhadas nos domínios de César, mas imperecíveis são os valores conquistados no Reino dos Céus...

Louvável e compreensível é a atitude de quem procura progredir em todos os níveis, inclusive na área material. Porém, aprisionar-se voluntariamente, nos fundos vales do egoísmo e da usura em febricitantes apetites de incomensuráveis ambições é atitude extremamente danosa para a evolução espiritual da criatura.

De nada adiantará para o Espírito Imortal ser infinitamente rico de bens materiais e pobre de conquistas espirituais.  Em breve, seus "valores” serão confiscados na aduana da morte, e então o que possuirá?!

Atentemos nas seguintes e sábias palavras de Emmanuel, chegadas até nós pela singular e abendiçoada mediunidade de Chico Xavier[1]"(...) guardarás inúmeros títulos de posse sobre as utilidades terrestres, mas se não fores senhor de tua própria alma, todo o teu patrimônio não passará de simples introdução à loucura.

Multiplicarás, em torno de teus pés, maravilhosos jardins da alegria juvenil, entretanto, se não adquirires o conhecimento superior para o roteiro de amanhã, a tua mocidade será a véspera ruidosa da verdadeira velhice.

Cobrirás com medalhas honoríficas o teu peito, aumentando a série dos admiradores que te aplaudem, mas, se a luz da reta consciência não te banhar o   coração, assemelhar-te-ás a um cofre de trevas, enfeitado por fora e vazio por dentro.

Empilharás moedas de ouro e prata, à sombra das quais falarás com autoridade e influência aos ouvidos do próximo, todavia, se os teus haveres não se dilatarem, em forma de socorro e trabalho, estímulo e educação, em favor dos semelhantes, serás apenas um viajor descuidado, no rumo de pavorosas desilusões.

Crescerás horizontalmente, conquistarás   o poder e a fama, reverenciar-te-ão a presença física na Terra, mas, se não trouxeres contigo os valores do bem, ombrearás com os infelizes, em marcha imprevidente para as ruínas do desencanto".

Em quaisquer níveis da sociedade em que estivermos situados, guardemos essas lições no escrínio do coração, aproveitando-lhes os ensinamentos.  Façamos uma análise de nossa situação íntima sob as luzes desses parâmetros, a fim de caminharmos, sem desvios, pela senda emancipadora da redenção.

Busquemos conquistar os inalienáveis tesouros do Espírito que, por séculos, foram preteridos em favor dos desvalores imediatistas e rasteiros...

Nossa paz e felicidade futuras originam-se no feliz e correto direcionamento que imprimimos - hoje - em nossa vida; da mesma forma que, também, somos os artífices da nossa própria desdita, ao adentrarmos os escorregadios domínios dos equívocos. Daí dizer Jesus[2]"assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus”.

O Espiritismo, bem estudado e praticado, alteia-se como singular fator de ajuda para quantos desejam alforriar-se dos vales tenebrosos da ignorância para alcandorar-se aos remansosos pastos da Espiritualidade Superior, nos quais as aflições da Terra não têm acesso.


 


[1] - XAVIER, F. Cândido.  Fonte viva. 10.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1982, cap. 120.

[2] Lc., 12:21.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita