Entrevista

por Orson Peter Carrara

A visão de quem estuda e gosta de estudar com perseverança e dedicação


 
Administradora de empresas, Maria Cristina Klayn Vicentini (foto) nasceu em Avaré (SP), onde reside e participa das atividades no Centro Espírita O Bom Samaritano. De mãe e avó espíritas, ela começou a frequentar reuniões espíritas aos 25 anos de idade, como nos conta na entrevista seguinte, que gentilmente nos concedeu.

 

Como e quando se tornou espírita?  

Minha mãe e minha avó me apresentaram a doutrina espírita no início da minha adolescência, mas meu despertar pelo Espiritismo foi quando perto dos meus 25 anos, quando morava em São Paulo e comecei a frequentar a Federação Espírita de SP. No início eu ia apenas para ouvir algumas palestras e receber o passe. Depois disso comecei a ler alguns livros espíritas e só depois de alguns anos comecei a estudar as obras de Allan Kardec. Estudava no centro espírita mais próximo da minha casa e, conforme mudava de casa, mudava de centro. Em 2018 retornei para Avaré, minha cidade natal, e refiz o curso do ESDE no O Bom Samaritano. Com a pandemia, comecei o estudo on-line e na internet encontrei muitas possibilidades de aprimorar esse estudo.

Encontrou-se bem com o pensamento espírita? Que ponto destaca? 

Desde o início me identifiquei com o pensamento espírita. Com a bênção da fé raciocinada, aos poucos, fui encontrando respostas para algumas questões que não conseguia esclarecer. Além disso, o Espiritismo teve um papel consolador na minha vida todas as vezes em que busquei ajuda. A doutrina espírita, ao mesmo tempo que nos esclarece, nos consola. 

De que forma considera que esse conhecimento lhe fez ou lhe faz bem? 

Quanto mais aprendo sobre o Espiritismo mais me sinto amparada. O Espiritismo é, para mim, uma chave que abre a porta para o conhecimento do evangelho de Jesus, levando-nos para dentro da nossa consciência e nos ajudando a refletir sobre todas as nossas escolhas.

O que diz dos grupos de estudos de que participa? 

Participo das sessões de domingo no O Bom Samaritano, com estudo de O Livro dos Espíritos, seguido de passe. Cada aula aborda uma (ou mais) questões do livro. As aulas são muito produtivas. Sem elas, seria muito difícil a compreensão das questões do livro. Acredito que a leitura das obras espíritas por si só não é suficiente para o entendimento do seu conteúdo. É necessário muito estudo, principalmente das obras básicas de Kardec.

E quanto ao aproveitamento dos vídeos on-line ou gravados? 

Na minha opinião, as aulas on-line são uma oportunidade de selecionarmos o conteúdo de que precisamos ou desejamos, no horário que mais se adequa à nossa rotina. Eu aproveito demais o conteúdo on-line, mas ainda é preciso "movimentar" o conteúdo espírita na internet para que ele tenha mais relevância.

E das palestras nos centros espíritas que tem tido oportunidade de presenciar? Que consideração considera importante trazer? 

Claro que as palestras presencias têm um componente que não encontramos no conteúdo on-line, que é o contato com as pessoas. É gratificante poder trocar experiências e ter contato mais próximo com as pessoas que nos ensinam, mas ainda assim acredito que o esforço para a divulgação do evangelho tem que ser mais direcionado ao público que fica à distância.

Como você vê o movimento espírita? 

Eu vejo o movimento espírita como um grande desafio, que é a compreensão dos propósitos da doutrina espírita. Sabemos que o maior objetivo do Espiritismo é formar um ser humano do bem, mas a falta de conhecimento sobre a doutrina espírita faz com que ela seja mal interpretada por aqueles que não conhecem seus preceitos e dessa forma ficamos longe desse objetivo. Além disso, o conteúdo espírita ainda tem pouca relevância nas mídias sociais e desperta pouco interesse por parte dos jovens, o que dificulta a renovação desse movimento. Promover a renovação do movimento espírita é essencial para a sua continuidade.

De sua vivência, que fato a marcou bastante, em termos de emoção ou lembrança grata? 

Já vivi momentos de tristeza e de dificuldades em que recebi ajuda e amparo do plano espiritual. Há alguns anos recebi uma carta de um ente querido com palavras de consolo que me ajudaram muito e me fizeram acreditar ainda mais na imortalidade da alma. 

Suas palavras finais. 

Ao estudarmos o Espiritismo, identificamos a necessidade da nossa reforma interior e do longo caminho que precisamos percorrer para a vivência do evangelho de Jesus, nosso guia e modelo de ser humano do bem.

 
 

 

     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita