A família estava
sentada na sala
fazendo o estudo
do Evangelho no
Lar. Todos
acompanhavam,
interessados, o
texto que era:
“A Parábola do
Bom Samaritano”.
Encantado com a
história, Zezé
prometeu a si
mesmo que seria
como o bom
samaritano da
parábola. Assim,
no dia seguinte,
quando saiu para
ir à casa de
Paulo, seu
vizinho, passou
por ele um pobre
homem sujo e
maltrapilho.
Ao vê-lo, o
homem suplicou:
— Menino, você
poderia me
ajudar? Estou
faminto e não
tenho nem uma
moeda para
comprar um pão.
Estou cansado
também, pois
ninguém me
ajudou até agora
— e assim
dizendo,
sentou-se no
chão,
desanimado.
Zezé achou que
era Jesus que
lhe encaminhara
aquele pobre
homem. Então,
pediu que ele
esperasse um
pouco, voltou
para casa
correndo e,
pegando uma
caneca, encheu-a
de leite com
café, depois fez
um sanduíche e
voltou rápido
para o lugar
onde o mendigo
estava sentado.
Chegando perto
dele, disse:
— Aqui está seu
lanche. Espero
que esteja do
seu gosto,
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senhor.
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O homem sorriu
de leve e
respondeu:
— Com tanta
gentileza,
garoto,
certamente
estará muito bom
e me aquecerá o
coração. Que
Jesus o abençoe!
Enquanto o
mendigo se
alimentava, Zezé
viu que ele
também precisava
de roupas
limpas. Voltou
para casa e
contou à mãe o
que estava
acontecendo e
ela deu-lhe uma
muda de roupa
que o marido não
usava mais.
Retornando para
a rua, Zezé
entregou ao seu
novo amigo as
roupas do pai.
— Oh, meu
menino! Não
precisava tanta
gentileza! Você
já me ajudou
bastante hoje, e
lhe agradeço do
fundo do
coração. Que
Jesus o abençoe
por mais este
gesto de
bondade! Agora
preciso ir.
Surpreso, Zezé
notou que ele
havia comido um
pedaço do
sanduíche e
tomara uma parte
do café com
leite, que
agradeceu.
Perguntado se
não estava bom,
o homem
respondeu que
guardara o resto
para levar aos
seus filhos.
O garoto baixou
a cabeça,
triste, ao vê-lo
tomar o rumo de
casa, com a
impressão de que
deveria ter
feito mais pelo
pobre homem.
Naquele mesmo
dia, Zezé foi à
quitanda da
esquina buscar
tomates para sua
mãe e viu um
garoto menor do
que ele todo
machucado,
chorando, e
perguntou:
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— O que
aconteceu,
Júlio?
— Eu caí e me
machuquei, Zezé.
Olha como estou!
Está doendo
muito!...
Cheio de
piedade, Zezé
olhou o
machucado dele e
lembrou que
precisava limpar
bem o lugar,
pois, caso
contrário,
poderia
infeccionar.
Então, Zezé
olhou em torno e
viu uma torneira
na pracinha.
Levou o garoto
|
até lá
e,
tirando-lhe
os
sapatos,
lavou
com
cuidado
o
machucado,
enquanto
Júlio
olhava
para
ele,
surpreso: |
— Zezé, onde
aprendeu a
cuidar de
machucados?
— Foi com a
mamãe, Júlio.
Ela ensinou-me
que a melhor
maneira de
cuidar de um
ferimento é
limpá-lo bem,
para não piorar.
Depois, enxugar
e colocar um
remédio!
— Ah! Que bom
ter encontrado
você no meu
caminho, Zezé!
Se não fosse
você, eu poderia
ficar pior do
machucado!...
— Não se
preocupe Júlio.
Confie em Jesus
e nada lhe
acontecerá, pode
crer. Agora vou
fazer uma prece
e aplicar um
passe em você
para que fique
bom logo.
Após a prece e o
passe, Júlio
agradeceu a Zezé
e voltou para
casa, contente,
apesar do
ferimento. Ao
vê-lo chegar com
um machucado no
joelho, a mãe
lhe perguntou o
que acontecera,
e ele explicou
que não foi
nada. Ele tinha
caído e Zezé
cuidara dele tão
bem que a dor
tinha
passado!...
Enquanto isso,
Zezé tinha
corrido para a
quitanda,
lembrando-se de
que a mãe
precisava dos
tomates, e
voltou logo para
casa. Chegando,
a mãe disse:
— Você demorou,
meu filho!
Pensei que
tivesse se
esquecido dos
meus tomates!
— Não, mamãe!
Não esqueci. É
que tive uns
problemas até
chegar lá!
— Como assim,
Zezé? — indagou
a mãe,
preocupada.
— Não foi nada,
mamãe. Parei
para ajudar dois
amigos meus, só
isso.
— Mas o que
houve, filho?
— Nada de
importante.
Agora posso
brincar um
pouco?
— Pode. Quando
estiver pronto o
almoço, eu o
chamo, Zezé.
Mais tarde, a
mãe saiu e
encontrou duas
amigas suas.
Uma, que lhe
falou sobre como
Zezé tinha
ajudado o filho
dela, que caíra
na calçada. A
outra lhe contou
que viu Zezé
cuidando de um
homem
maltrapilho na
praça.
— É verdade! Ele
até pediu-me
roupas velhas do
pai para dar a
esse homem! —
lembrou.
Retornando para
casa, a mãe de
Zezé contou-lhe
que ficara
sabendo que ele
ajudara pessoas
na rua, e o
garoto apenas
balançou a
cabeça
afirmando:
— Mãe, eu apenas
procurei fazer
como Jesus
ensinou!...
Lembra? Não
queria que Jesus
pensasse que eu
era como o
sacerdote ou
como o levita,
que nada fizeram
ao pobre
samaritano da
parábola!...
A mãe, comovida,
entendeu como a
lição da tarde
anterior tocara
seu filho,
levando-o a agir
assim como o
Mestre tinha
ensinado.
Abraçou o
pequeno, em
lágrimas, e
elevou o
pensamento a
Jesus,
afirmando:
— Jesus Amigo!
Eu lhe agradeço
pelas lições que
o Senhor nos
deixou, e pelo
filho tão bom
que nos
concedeu!
Obrigada, Jesus!
MEIMEI
(Recebida por
Célia X. de
Camargo, aos
28/12/2015.)
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