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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 10 - N° 464 - 8 de Maio de 2016

 
 

 

A lição do Evangelho

 

A família estava sentada na sala fazendo o estudo do Evangelho no Lar. Todos acompanhavam, interessados, o texto que era: “A Parábola do Bom Samaritano”.

Encantado com a história, Zezé prometeu a si mesmo que seria como o bom samaritano da parábola. Assim, no dia seguinte, quando saiu para ir à casa de Paulo, seu vizinho, passou por ele um pobre homem sujo e maltrapilho.

Ao vê-lo, o homem suplicou:
 

— Menino, você poderia me ajudar? Estou faminto e não tenho nem uma moeda para comprar um pão. Estou cansado também, pois ninguém me ajudou até agora — e assim dizendo, sentou-se no chão, desanimado.

Zezé achou que era Jesus que lhe encaminhara aquele pobre homem. Então, pediu que ele esperasse um pouco, voltou para casa correndo e, pegando uma caneca, encheu-a de leite com café, depois fez um sanduíche e voltou rápido para o lugar onde o mendigo estava sentado. Chegando perto dele, disse:

— Aqui está seu lanche. Espero que esteja do seu gosto,

senhor.  

O homem sorriu de leve e respondeu:

— Com tanta gentileza, garoto, certamente estará muito bom e me aquecerá o coração. Que Jesus o abençoe!

Enquanto o mendigo se alimentava, Zezé viu que ele também precisava de roupas limpas. Voltou para casa e contou à mãe o que estava acontecendo e ela deu-lhe uma muda de roupa que o marido não usava mais. Retornando para a rua, Zezé entregou ao seu novo amigo as roupas do pai.

— Oh, meu menino! Não precisava tanta gentileza! Você já me ajudou bastante hoje, e lhe agradeço do fundo do coração. Que Jesus o abençoe por mais este gesto de bondade! Agora preciso ir.

Surpreso, Zezé notou que ele havia comido um pedaço do sanduíche e tomara uma parte do café com leite, que agradeceu. Perguntado se não estava bom, o homem respondeu que guardara o resto para levar aos seus filhos.

O garoto baixou a cabeça, triste, ao vê-lo tomar o rumo de casa, com a impressão de que deveria ter feito mais pelo pobre homem.

Naquele mesmo dia, Zezé foi à quitanda da esquina buscar tomates para sua mãe e viu um garoto menor do que ele todo machucado, chorando, e perguntou:
 

— O que aconteceu, Júlio?

— Eu caí e me machuquei, Zezé. Olha como estou! Está doendo muito!...

Cheio de piedade, Zezé olhou o machucado dele e lembrou que precisava limpar bem o lugar, pois, caso contrário, poderia infeccionar. Então, Zezé olhou em torno e viu uma torneira na pracinha. Levou o garoto

até lá e, tirando-lhe os sapatos, lavou com cuidado o machucado, enquanto Júlio olhava para ele, surpreso:

— Zezé, onde aprendeu a cuidar de machucados?

— Foi com a mamãe, Júlio. Ela ensinou-me que a melhor maneira de cuidar de um ferimento é limpá-lo bem, para não piorar. Depois, enxugar e colocar um remédio!

— Ah! Que bom ter encontrado você no meu caminho, Zezé! Se não fosse você, eu poderia ficar pior do machucado!...

— Não se preocupe Júlio. Confie em Jesus e nada lhe acontecerá, pode crer. Agora vou fazer uma prece e aplicar um passe em você para que fique bom logo.

Após a prece e o passe, Júlio agradeceu a Zezé e voltou para casa, contente, apesar do ferimento. Ao vê-lo chegar com um machucado no joelho, a mãe lhe perguntou o que acontecera, e ele explicou que não foi nada. Ele tinha caído e Zezé cuidara dele tão bem que a dor tinha passado!...  

Enquanto isso, Zezé tinha corrido para a quitanda, lembrando-se de que a mãe precisava dos tomates, e voltou logo para casa. Chegando, a mãe disse:

— Você demorou, meu filho! Pensei que tivesse se esquecido dos meus tomates!

— Não, mamãe! Não esqueci. É que tive uns problemas até chegar lá!

— Como assim, Zezé? — indagou a mãe, preocupada.

— Não foi nada, mamãe. Parei para ajudar dois amigos meus, só isso.

— Mas o que houve, filho?

— Nada de importante. Agora posso brincar um pouco?

— Pode. Quando estiver pronto o almoço, eu o chamo, Zezé.

Mais tarde, a mãe saiu e encontrou duas amigas suas. Uma, que lhe falou sobre como Zezé tinha ajudado o filho dela, que caíra na calçada. A outra lhe contou que viu Zezé cuidando de um homem maltrapilho na praça.

— É verdade! Ele até pediu-me roupas velhas do pai para dar a esse homem! — lembrou.  

Retornando para casa, a mãe de Zezé contou-lhe que ficara sabendo que ele ajudara pessoas na rua, e o garoto apenas balançou a cabeça afirmando:

— Mãe, eu apenas procurei fazer como Jesus ensinou!... Lembra? Não queria que Jesus pensasse que eu era como o sacerdote ou como o levita, que nada fizeram ao pobre samaritano da parábola!...

A mãe, comovida, entendeu como a lição da tarde anterior tocara seu filho, levando-o a agir assim como o Mestre tinha ensinado. Abraçou o pequeno, em lágrimas, e elevou o pensamento a Jesus, afirmando:

— Jesus Amigo! Eu lhe agradeço pelas lições que o Senhor nos deixou, e pelo filho tão bom que nos concedeu! Obrigada, Jesus!  

MEIMEI 

(Recebida por Célia X. de Camargo, aos 28/12/2015.)


                                                   
 


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