em seguida.
O
Consolador: Que
cargos ou
funções você já
exerceu no
movimento
espírita?
Fiz parte
da equipe
encarregada pela
área da
mediunidade da
extinta USEERJ
(União das
Sociedades
Espíritas do
Estado do Rio de
Janeiro), hoje
CEERJ (Conselho
Espírita do
Estado do Rio de
Janeiro),
comandada à
época por Miguel
Tavares de
Gouveia, com a
qual participei
de vários
seminários
realizados por
todo o estado do
Rio de Janeiro,
sobre o referido
tema. Fui membro
do CEUNIT
(Conselho
Espírita de
Unificação de
Niterói), de
onde me retirei
por absoluta
falta de tempo
para comparecer
com freqüência
às reuniões.
Como não gosto
de descumprir
com meus
compromissos,
então preferi me
afastar.
O
Consolador: Que
cargo você
exerce no
momento?
Sou
responsável pelo
Centro de
Interesse da
Mediunidade, do
Plantão Pró-Casa
Espírita, evento
oficial do
Conselho
Espírita de
Unificação de
Niterói
(CEUNIT). O
Plantão procura
reciclar
matérias e
preparar
tarefeiros para
atuar com
desenvoltura e
conhecimento nas
diversas
atividades das
casas espíritas
em nossa cidade.
Estou presidente
do Conselho
Fiscal da UMEN –
União da
Mocidade
Espírita de
Niterói e também
faço parte da
coordenação dos
grupos de estudo
em nossa casa.
Participo como
articulista de
diversos órgãos
de divulgação da
doutrina
espírita por
todo o Brasil,
sites, jornais,
revistas, além
de realizar
palestras por
todo o estado.
O
Consolador:
Quando você teve
contato com o
Espiritismo?
Fui criado
em uma família
católica, e
tomei
conhecimento da
Doutrina
Espírita por
meio de minha
namorada, hoje
minha esposa
Heloisa, que já
era espírita 35
anos atrás.
O
Consolador: Qual
foi a reação de
sua família ante
sua adesão à
Doutrina
Espírita?
Inicialmente não
gostaram da
idéia, pois,
como eu, não
tinham
conhecimento do
que era ser
verdadeiramente
espírita. Hoje,
já mudaram de
opinião e,
embora continuem
em sua maioria
católicos,
respeitam minha
opção de seguir
a Doutrina dos
Espíritos.
O
Consolador: Dos
três aspectos do
Espiritismo –
Científico,
Filosófico e
Religioso – qual
é o que mais o
atrai?
Os três,
pois não consigo
ver um mais
importante que o
outro.
O
Consolador: Que
autores
espíritas mais
lhe agradam?
São muitos.
Entre eles,
Kardec, André
Luiz, Emmanuel,
Joanna de
Ângelis, Vianna
de Carvalho,
Manoel Philomeno
de Miranda,
Richard
Simonetti.
Amélia
Rodrigues, Léon
Denis, Deolindo
Amorim,
Eurípedes
Barsanulfo,
Yvonne do Amaral
Pereira, Bezerra
de Menezes,
Camilo, entre
outros.
O
Consolador: Que
livros espíritas
você considera
de leitura
indispensável
aos confrades
iniciantes?
A
codificação
kardequiana
incluindo a
Revista
Espírita, as
obras de
Francisco
Cândido Xavier,
particularmente
aquelas escritas
por Emmanuel e
André Luiz.
O
Consolador: Se
você fosse
passar alguns
anos num lugar
remoto, com
acesso restrito
às atividades e
trabalhos
espíritas, que
livros
pertinentes à
Doutrina
Espírita
levaria?
Os que
citei
anteriormente e
ainda as obras
de Joanna de
Ângelis, Yvonne
A. Pereira,
Bezerra de
Meneses, Léon
Denis, que não
poderiam faltar.
O
Consolador: As
divergências
doutrinárias em
nosso meio
reduzem-se a
poucos assuntos.
Um deles diz
respeito ao
chamado
Espiritismo
laico. Para
você, o
Espiritismo é
uma religião?
Jamais tive
qualquer dúvida
a esse respeito.
Sobre o assunto
fiz um artigo em
que coloco os
argumentos
encontrados na
codificação,
para elucidar
esse assunto, do
qual retiro o
seguinte trecho:
os Espíritos
proclamam um
Deus único,
soberanamente
justo e bom;
eles dizem que o
homem é livre e
responsável por
seus atos,
recompensado ou
punido pelo bem
ou pelo mal que
houver feito;
colocam acima de
todas as
virtudes a
caridade
evangélica e a
seguinte regra
sublime ensinada
pelo Cristo:
fazer aos outros
como queremos
que nos seja
feito. Não são
estes os
fundamentos da
religião? (...).
Quem se
interessar por
ler o artigo
poderá
encontrá-lo no
meu nome, na
seção artigos no
endereço que
segue:
http://www.evangelho.espiritismo.nom.br.
Isso não é
nenhuma
propaganda do
site, não tenho
esta intenção.
O
Consolador:
Outro tema que
suscita
geralmente
debates
acalorados, diz
respeito à obra
publicada na
França por J. B.
Roustaing. Qual
é sua apreciação
dessa obra?
Sou
espírita
convicto e faço
minhas as
palavras de
Kardec sobre o
assunto:
“Convém, pois,
considerar essas
explicações como
opiniões
pessoais dos
Espíritos que as
formularam,
opiniões que
podem ser justas
ou falsas, e
que, em todos os
casos, têm
necessidade da
sanção do
controle
universal, e até
mais ampla
confirmação não
poderiam ser
consideradas
como partes
integrantes da
Doutrina
Espírita” –
palavras do
codificador na
Revista Espírita
de 1866, em se
reportando aos
“Evangelhos
explicados” pelo
Sr. Roustaing.
Dessa forma, em
minha opinião, o
roustainguismo
não é nem nunca
será
Espiritismo.
O
Consolador: O
terceiro assunto
em que a prática
espírita às
vezes diverge
está relacionado
com os chamados
passes
padronizados,
propostos na
obra de Edgard
Armond. No
Paraná a opção
já definida pela
Federação é
tão-somente a
imposição das
mãos, tal como
recomenda José
Herculano Pires.
Que você pensa a
respeito?
Respeito as
opiniões dos que
não têm o mesmo
entendimento meu
sobre qualquer
assunto do
Espiritismo, mas
não posso
concordar com
algo que minha
exigente razão
não aceita, e
esse é um desses
assuntos, que
passo a explicar
por quê. Em
matéria de
assuntos que
levantam
polêmicas,
procuro
pesquisar a
fundo nas obras
da codificação e
nas outras de
reconhecido
conteúdo
doutrinário os
fundamentos para
me colocar a
favor desta ou
daquela teoria,
e, no assunto em
epígrafe, trago
algumas
passagens que
consolidaram
minha posição em
relação ao tema
que é extenso e
pede melhores
reflexões e
aprofundados
estudos:
1) “O
Coronel
Sobreira,
inspirado pelo
Mentor,
acercou-se do
médium e acudiu
Matias
incorporado com
o recurso da
aplicação de
passes
magnéticos de
longo curso com
a função
calmante...”
Livro: Grilhões
Partidos Cap.
19, Divaldo P.
Franco, pelo
Espírito Manoel
Philomeno de
Miranda.
Livraria
Alvorada Editora
11ª edição.
2)
“Conrado,
impondo a destra
sobre a fronte
da médium,
comunicou-lhe
radiosa corrente
de forças e
inspirou-a a
movimentar as
mãos sobre a
doente, desde a
cabeça até o
fígado enfermo.
Notamos que o
córtex
encefálico se
revestiu de
substância
luminosa que,
descendo em fios
tenuíssimos,
alcançou o campo
visceral. A
senhora exibiu
inequívoca
expressão de
alívio, na
expressão
fisionômica,
retirando-se
visivelmente
satisfeita,
depois de
prometer que
voltaria ao
tratamento.”
Livro: Nos
Domínios da
Mediunidade –
FEB 23ª edição,
Cap. 17- Página
169. Chico
Xavier pelo
Espírito André
Luiz.
3) “A
vontade de
aliviar, de
curar - dissemos
- comunica ao
fluido magnético
propriedades
curativas. O
remédio para os
nossos males
está em nós. Um
homem bom e
sadio pode atuar
sobre os seres
débeis e
enfermiços,
regenerá-los por
meio de sopro,
pela imposição
das mãos e mesmo
mediante objetos
impregnados da
sua energia.
Opera-se mais
freqüentemente
por meio de
gestos,
denominados
passes, rápidos
ou lentos,
longitudinais ou
transversais,
conforme o
efeito, calmante
ou excitante,
que se quer
produzir nos
doentes. Esse
tratamento deve
ser seguido com
regularidade, e
as sessões
renovadas todos
os dias até à
cura completa.”
Livro: No
Invisível, Léon
Denis - Cap. XV.
Existem
outros textos em
outras obras que
aqui não cito no
momento para não
mais me estender
sobre o assunto,
mas que nos
esclarecem muito
sobre o
procedimento do
passe. Se em
mediunidade a
concentração e a
sintonia são
fatores
indispensáveis
para que nós
médiuns possamos
registrar as
inspirações que
os Bons
Espíritos nos
transmitem, como
desconsiderar
essas instruções
que recebemos na
hora da
aplicação dos
passes? Não
quero aqui
passar a
impressão de
saber mais que
ninguém, apenas
registrar o
porquê de não
concordar com
essa prática que
se alastra no
movimento
espírita, e
posso mesmo
afirmar que,
após exaustiva
pesquisa sobre o
tema, não
encontrei na
codificação ou
nas obras
suplementares da
Espiritualidade
qualquer
mensagem que
abone esse
procedimento.
O
Consolador: Como
você vê a
discussão em
torno do aborto?
No seu modo de
ver as coisas,
os espíritas
deveriam ser
mais ousados na
defesa da vida
como tem feito a
Igreja?
Os
Espíritos
Superiores nos
afirmam: “São
chegados os
tempos em que os
ensinamentos do
Cristo têm de
ser completados;
em que o véu
intencionalmente
lançado sobre
algumas partes
desse ensino tem
de ser
levantado, em
que a Ciência,
deixando de ser
exclusivamente
materialista,
tem de levar em
conta o elemento
espiritual e em
que a Religião,
deixando de
ignorar as leis
orgânicas e
imutáveis da
matéria, como
duas forças que
são, apoiando-se
uma na outra e
marchando
combinadas, se
prestarão mútuo
concurso. Então,
não mais
desmentida pela
Ciência, a
Religião
adquirirá
inabalável
poder, porque
estará de acordo
com a razão, já
se lhe não
podendo mais
opor a
irresistível
lógica dos
fatos.” (ESE –
Cap.1, item 8.)
Penso que o
Espiritismo, com
tantos
conhecimentos da
vida espiritual,
muito mais
responsabilidade
tem de lutar com
todos os
recursos
disponíveis para
a vitória da
vida frente à
ignorância e à
morte. Dessa
forma sou
favorável a um
engajamento
sério de todos
os espíritas na
luta contra a
aprovação dessa
aberração que
representa essa
Lei indecente e
criminosa,
participando
ativamente em
todos os setores
da sociedade em
que atuamos,
fazendo a parte
que nos compete
fazer, para que
tenhamos a
consciência
tranqüila mesmo
que esse absurdo
venha a ser
legalizado,
contrariando
nossos
princípios
cristãos.
O
Consolador: A
eutanásia, como
sabemos, é uma
prática que não
tem o apoio da
Doutrina
Espírita. Kardec
e outros
autores, como
Joanna de
Ângelis, já se
posicionaram
sobre esse tema.
Surgiu, no
entanto,
ultimamente a
idéia de
ortotanásia,
defendida até
mesmo por
médicos
espíritas. Qual
a sua opinião a
respeito?
Apesar de
novo, já li
bastante sobre o
assunto, mas não
me convenci com
seus argumentos;
por essa razão,
continuo contra
qualquer
iniciativa de
abreviação da
vida de quem
quer que seja.
Se não somos
donos sequer dos
nossos destinos,
como decidir o
destino do
próximo?
O
Consolador: O
movimento
espírita em
nosso país lhe
agrada ou falta
algo nele que
favoreça uma
melhor
divulgação da
Doutrina?
Esta
pergunta veio a
calhar. Penso
que o movimento
espírita ainda é
bastante egoísta
nessa e em
muitas outras
questões. Basta
para isso que se
tente divulgar
um trabalho, uma
notícia etc. Se
você não é
figura conhecida
nacionalmente no
meio espírita,
provavelmente
desistirá, pois,
por mais que
faça, não
encontrará eco
em sua
solicitação,
salvo honrosas
exceções. No
entanto muitas
discussões sem
fundamento, que
prejudicam
sobremaneira o
movimento
espírita, têm
espaço garantido
nos meios de
divulgação do
Espiritismo.
Penso que
precisamos nos
dar a mão,
ajudando-nos
mutuamente,
tendo como lema:
“Fora da
caridade não há
salvação”.
O
Consolador: Como
você vê o nível
da criminalidade
e da violência
que parece
aumentar em todo
o país e como
nós, espíritas,
podemos cooperar
para que essa
situação seja
revertida?
Estamos
vivendo a
transformação
que os Espíritos
nos apregoaram
na obra da
codificação, e
sabemos que é
passageiro este
estado de coisas
e que tudo vai
mudar para
melhor. Foi
Jesus que nos
asseverou que:
“... os mansos
herdarão a
Terra”.
Resta-nos
trabalhar para
fazer por onde
merecer ser um
dos herdeiros a
comprovar e
vivenciar as
alegrias dos
novos tempos que
estão a caminho.
O
Consolador: A
preparação do
advento do mundo
de regeneração
em nosso planeta
já deu, como
sabemos, seus
primeiros
passos. Daqui a
quantos anos
você acredita
que a Terra
deixará de ser
um mundo de
provas e
expiações,
passando
plenamente à
condição de um
mundo de
regeneração, em
que, segundo
Santo Agostinho,
a palavra amor
estará escrita
em todas as
frontes e uma
equidade
perfeita
regulará as
relações
sociais?
Seria muita
audácia minha
estabelecer uma
data para esse
acontecimento,
mesmo porque
tudo dependerá
da boa vontade
dos homens em
concorrer para
esse advento.
Confirmo, como
espírita que
sou, que não
tenho a menor
dúvida que esse
tempo chegará, e
rogo ao Pai que
nos auxilie
muito para que
seja o mais
breve possível.
O
Consolador: Em
face dos
problemas que a
sociedade
terrena está
enfrentando,
qual deve ser a
prioridade
máxima dos que
dirigem
atualmente o
movimento
espírita no
Brasil e no
mundo?
Dar total
atenção ao
trabalho de
evangelização
das crianças em
nossas
instituições
espíritas.
Precisamos
atender ao apelo
de Jesus quando
nos disse:
“Deixai que
venham a mim as
criancinhas”. (ESE
– Cap. 8, item
18.) A Casa
espírita deve
ter por meta,
entre outras
tantas coisas
igualmente
importantes, o
cuidado na
evangelização
daqueles que
anos mais tarde
estarão com a
responsabilidade
de levar adiante
a verdadeira
mensagem
espírita e a
transformação
para melhor de
toda uma
sociedade. É de
pequeninos que
se formam os
homens.
Precisamos,
pois, ver as
casas espíritas
repletas de
crianças,
aprendendo desde
cedo a moral e a
ética ensinada
pela Doutrina
dos Espíritos,
contribuindo
dessa forma para
uma sociedade
mais consciente
e responsável em
todos os
segmentos de
nossa sociedade.
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