É pelo pensamento
que os Espíritos
atuam sobre os
fluidos
1. O fluido
espiritual, um dos
estados assumidos
pelo fluido
universal, fornece
aos Espíritos o
elemento de onde
eles extraem os
materiais sobre os
quais operam. Para
essa ação os
Espíritos se valem
do pensamento e da
vontade, visto que,
para eles, o
pensamento e a
vontade são o que a
mão representa para
o homem.
2. Pelo pensamento,
eles imprimem aos
fluidos tal ou qual
direção e os
aglomeram, os
combinam ou os
dispersam, organizam
com eles conjuntos
que apresentam uma
aparência, uma
forma, uma colocação
determinada e até
mesmo alteram-lhes
as propriedades,
como um químico da
Terra muda a
propriedade dos
gases ou de outros
corpos combinando-os
segundo certas leis.
Eis aí a grande
oficina ou
laboratório do mundo
invisível.
3. É comum a
realização dessas
modificações sem que
haja um pensamento
consciente da pessoa
que a provoca. Tal é
o caso dos Espíritos
que são percebidos
pelos videntes, logo
depois de
desencarnados,
envergando uma
vestimenta qualquer,
antes mesmo de se
haverem dado conta
de sua nova
realidade. Ora, se
não sabem que estão
desencarnados, como
é que podem estar
vestidos dessa ou
daquela maneira?
4. A
maior parte das
transformações
ocorre, porém, sob o
império de um
desejo, a
manifestação de um
propósito
consciente. Basta
mentalizar alguma
coisa e esta se
forma. É por isso
que um Espírito pode
assumir diferentes
aspectos e
apresentar diversas
aparências, envergar
trajes especiais,
portar os mais
variados objetos,
exibir defeitos
físicos e mesmo
mutilações.
Trata-se, nesses
casos, de expressões
assumidas com vistas
a uma identificação,
geralmente associada
a situações
passadas. Contudo,
assim como assumiu
aspecto do passado,
logo que seu
pensamento o situe
no presente, ou em
outra existência,
imediatamente se
opera nova
transformação.
Sugestões hipnóticas
podem determinar
mudanças no
perispírito
5. Há, por outro
lado, o caso de
Espíritos que
conservam as
mutilações, as
deformidades ou as
chagas do seu corpo
material, em razão
de um
condicionamento.
Incapazes, por si
próprios, de
reassumir a forma
normal e sadia, são
eles induzidos à
mudança mediante um
processo de
esclarecimento e,
uma vez
equilibrados, logram
obtê-la, graças ao
mesmo princípio
acima referido.
6. As sugestões
hipnóticas provocam,
também, freqüentes
transformações no
perispírito, no
sentido do seu
aviltamento. Isso
pode ser observado
sob dois aspectos:
primeiro, através da
auto-sugestão
motivada por
sentimento de culpa
ou rebaixamento
voluntário; segundo,
pela ação da mente
de outro Espírito
sobre determinada
entidade espiritual,
explorando-lhe os
deslizes que o
tornam praticamente
vulnerável.
7. Encontra-se aí a
explicação dos
fenômenos conhecidos
como zoantropia, em
que os Espíritos
assumem formas de
animais, total ou
parcialmente. O
vocábulo zoantropia,
devido ao seu
sentido amplo, vem
sendo sugerido
ultimamente em lugar
de licantropia, que
significa,
etimologicamente,
“estudo sobre o
homem-lobo”. Há
também casos dos
Espíritos que, quase
sempre com o
propósito de
amedrontar para
melhor alcançarem
seus objetivos,
apresentam-se com
aspecto monstruoso e
apavorante, que
lembra às vezes
formas popularmente
associadas a
Satanás.
8. A
todas essas
transformações
operadas pela mente
dá-se o nome de
ideoplastia (do
grego ideo = idéia +
plastos = forma + ia
= estudo, análise),
ou seja, “estudo da
modelagem através do
pensamento”. André
Luiz, ao tratar
desse tema, afirma
que “o pensamento
pode
materializar-se,
criando formas que
muitas vezes se
revestem de longa
duração, conforme a
persistência da onda
em que se
expressam”.
Para os Espíritos em
geral, as criações
fluídicas são coisas
reais
9. As
materializações
constituem outro
exemplo do ato de
plasmar realizado
pelos Espíritos nas
sessões de efeitos
físicos, nas quais
se utilizam
elementos plásticos
exteriorizados pelos
médiuns e pelos
demais participantes
da reunião e, ainda,
componentes
fluido-plásticos
hauridos na
Natureza.
10. Por efeito
análogo, ensina
Kardec, o pensamento
do Espírito cria
fluidicamente os
objetos que ele
esteja acostumado a
usar. Isso não se
restringe a objetos
de uso pessoal, como
é o caso do cachimbo
e de óculos,
bengala, faca,
chapéu etc., mas se
estende a coisas
como casas, jardins,
móveis, alimentos
etc. Alguns têm
existência fugidia,
tanto quanto a
duração do
pensamento, mas há
os que persistem
longo tempo.
11. No plano dos
Espíritos, as
criações fluídicas
são tão reais que
assumem, para eles,
o mesmo aspecto que
as coisas materiais
apresentam para os
encarnados. O
pensamento, ao criar
imagens fluídicas,
reflete-se no
perispírito daquele
que as cria, como
num espelho, nele
adquirindo corpo, e
de certo modo aí se
fotografa. A
respeito disso,
explica Kardec: Um
homem tem, por
exemplo, a idéia de
matar alguém. Embora
o corpo material se
conserve impassível,
seu corpo espiritual
é posto em ação pelo
pensamento e
reproduz todos os
matizes deste
último. O pensamento
cria a imagem da
vítima e a cena
inteira é pintada,
como num quadro, tal
qual a mente a
imaginou.
12. Esse fato
permite-nos
compreender por que
todo e qualquer
pensamento se torna
conhecido. É que ele
se evidencia no
corpo perispiritual
e pode ser percebido
por outros
Espíritos, que vêem
então a intenção da
pessoa. Sua
execução, porém, vai
depender da
persistência de
propósitos e das
circunstâncias que a
favoreçam.
Modificadas estas,
podem os planos
sofrer mudanças, com
a conseqüente
alteração das
imagens refletidas
no envoltório
fluídico do
indivíduo.
Respostas às
questões propostas
1. De que modo os
Espíritos atuam
sobre os fluidos
espirituais?
R.: Eles atuam sobre
os fluidos
valendo-se do
pensamento e da
vontade, uma vez
que, para os
Espíritos, o
pensamento e a
vontade são o que a
mão representa para
o homem.
2. Nas criações
fluídicas – por
exemplo, a criação
das vestimentas
usadas pelos
desencarnados – a
ação dos Espíritos é
sempre consciente?
R.: Não. Aliás, é
comum a realização
dessas criações
fluídicas sem que
haja um pensamento
consciente do
desencarnado. Tal é
o caso dos Espíritos
que são percebidos
pelos videntes, logo
depois de
desencarnados,
envergando uma
vestimenta qualquer,
antes mesmo de se
haverem dado conta
de sua nova
realidade.
3. É possível a um
Espírito assumir
aparências que ele
vivenciou em
existências
passadas?
R.: Sim. Isso é
perfeitamente
possível.
4. Como explicar os
fenômenos de
zoantropia, em que
desencarnados
assumem formas de
animais?
R.: São as sugestões
hipnóticas que
provocam essas
transformações
perispirituais. Isso
pode ser observado
sob dois aspectos:
primeiro, através da
auto-sugestão
motivada por
sentimento de culpa
ou rebaixamento
voluntário; segundo,
pela ação da mente
de outro Espírito
sobre determinada
entidade espiritual,
explorando-lhe os
deslizes que o
tornam praticamente
vulnerável.
5. Os objetos
criados pelos
desencarnados têm
para eles uma forma
concreta, como os
objetos terrenos
aparentam ter para
nós encarnados?
R.: Sim. No plano
dos Espíritos, as
criações fluídicas
são tão reais que
assumem, para eles,
o mesmo aspecto que
as coisas materiais
apresentam para os
encarnados.
Bibliografia:
A Gênese,
de Allan Kardec,
itens 14 e 15, pp.
281 a 283.
Mecanismos da
Mediunidade,
de André Luiz,
edição da FEB, 1970,
p. 125.
Nos Bastidores da
Obsessão,
de Manoel P. de
Miranda, edição da
FEB, 1970, p. 77.
Dicionário
Enciclopédico
Ilustrado,
de João Teixeira de
Paula, 3a.
edição, p. 107.