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Ano 3- N° 104 – 26 de Abril de 2009

 


A fragilidade do homem quando o assunto é sexo


 
Na semana que passou, o noticiário internacional deu grande destaque ao pedido de desculpas que a Igreja Católica do Paraguai apresentou aos habitantes do país, reportando-se aos erros que membros da Igreja cometeram ao longo dos anos no tocante ao tema comportamento sexual e castidade.

O pedido de desculpas tem sua origem conhecida. É que, dias antes, o principal governante da nação, ex-bispo católico, reconheceu ser pai de uma criança de 2 anos de idade, resultado de um relacionamento com uma jovem de 26, quando ele ainda estava investido nas funções sacerdotais. O relacionamento com a mãe da criança teria começado cerca de dez anos atrás, quando a jovem não havia completado ainda 17 anos.

Na ocasião em que a notícia foi divulgada, vários casos envolvendo líderes e personalidades importantes de outros países foram lembrados, o que evidencia a fragilidade do ser humano quando o assunto envolve comportamento sexual e fidelidade.

Para os espíritas nada de surpreendente pode haver em tais fatos, visto que temos perfeita ciência de quão atrasado é o nosso planeta do ponto de vista moral. Afinal, sessenta anos atrás, exatamente em 1948, Frederico Figner consignou em seu livro Voltei, psicografado por Francisco Cândido Xavier, a informação de que mais da metade da população do globo constitui-se de Espíritos semicivilizados ou bárbaros, e apenas 30% formam o contingente de pessoas aptas à espiritualidade superior. (Cf. Voltei, de Irmão Jacob, FEB, 7ª edição, pág. 93.)

De 1948 até agora, dada a exiguidade do tempo decorrido, temos de reconhecer que muito pouco se alterou na qualificação dos habitantes de nosso mundo, uma ideia que é corroborada pelo quadro geral de decomposição e miséria moral que tem gerado guerras, corrupção, iniquidades, violência e desmandos diversos que o noticiário nos aponta a cada dia.

O tema sexualidade assumiu na obra de Freud um papel de destaque, a que André Luiz se refere no cap. 11 de seu livro No Mundo Maior, psicografado por Francisco Cândido Xavier e publicado pela editora da FEB.

Nele há a reprodução de uma palestra proferida por um Instrutor desencarnado, em que a temática do sexo e o pensamento de Freud foram focalizados. Segundo o palestrante, Freud centralizou seus estudos no impulso sexual, conferindo-lhe caráter absoluto, de maneira que, para o círculo de estudiosos essencialmente freudianos, os problemas psíquicos da personalidade se resumem todos à angústia sexual, enquanto duas correntes distintas de seus colaboradores entendem que as causas dos referidos problemas se estenderiam também à aquisição de poder e à ideia de superioridade, ou seja, além da satisfação do sexo e da importância individualista, existe também o impulso da vida superior que tortura o homem terrestre mais aparentemente feliz.

Na visão do Instrutor mencionado por André Luiz, as três escolas são portadoras de certa dose de razão, embora, segundo ele, não se possa afirmar que tudo nos círculos carnais constitua sexo, desejo de importância e aspiração superior.

Em que pese essa ressalva, o Instrutor admitiu, no final de suas considerações, que mais da metade dos milhões de Espíritos encarnados na Crosta da Terra, de mente fixa na região dos movimentos instintivos, concentram suas faculdades no sexo, do qual se derivam naturalmente os mais vastos e frequentes distúrbios nervosos.

Em face de tais palavras, ninguém se surpreenda se novas decepções vierem à tona no mundo em que vivemos, situação que só se modificará com o aprimoramento moral dos habitantes do planeta, o que, obviamente, demandará muito tempo e exigirá de todos muito esforço.
 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita