O médium natural pode passar à condição de médium facultativo
1. Os médiuns de efeitos físicos podem ser divididos em médiuns facultativos ou voluntários e médiuns naturais ou involuntários.
2. Médiuns facultativos ou voluntários são aqueles que têm consciência de sua força e produzem fenômenos espíritas por ação da própria vontade. É claro que, para isso, lhes é preciso o concurso de um Espírito. Essa faculdade, embora inerente à espécie humana, está longe de existir em todas as pessoas no mesmo grau. Mas, se há poucas pessoas nas quais seja absolutamente nula, mais raros ainda são aqueles capazes de produzir grandes efeitos, como o levantamento de corpos pesados, a sua translação e, sobretudo, as aparições.
3. Médiuns naturais ou involuntários são aqueles cuja influência se exerce mau grado seu. Eles não têm nenhuma consciência de sua força e, muitas vezes, o que se passa de anormal em seu redor de modo nenhum se lhes afigura extraordinário. O fato pode ocorrer em qualquer idade e verifica-se até mesmo em crianças muito tenras.
4. Os seres invisíveis que revelam sua presença por meio de efeitos sensíveis são, em geral, Espíritos de uma ordem inferior e que podem ser dominados pelo ascendente moral do médium. É preciso, pois, que o médium adquira esse ascendente. Para isso, é preciso fazê-lo passar do estado de médium natural ou involuntário ao de médium facultativo.
5. Produzir-se-á então um efeito análogo ao que se verifica no sonambulismo. Como a experiência demonstrou, o sonambulismo natural geralmente cessa quando substituído pelo sonambulismo magnético. Não se para a faculdade de emancipação da alma; dá-se-lhe outro curso. Acontece o mesmo com a faculdade mediúnica. Por isso, em vez de entravar os fenômenos, o que raramente se consegue, é preciso excitar o médium a produzi-los por sua vontade, impondo-se ao Espírito.
Distinguem-se os Espíritos pela natureza da impressão que provocam
6. Conforme afirma Kardec no item 188 de “O Livro dos Médiuns”, são variedades comuns a todos os gêneros de mediunidade:
I. Médiuns sensitivos;
II. Médiuns naturais ou involuntários;
III. Médiuns facultativos ou voluntários.
7. Médiuns sensitivos são as pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma impressão geral ou local, vaga ou material. Em geral, distinguem-se os Espíritos bons e os maus pela natureza da impressão que provocam.
8. Ensina o Espiritismo que os médiuns delicados e muito sensíveis devem abster-se de comunicações com Espíritos violentos ou cuja impressão é penosa, por causa da fadiga daí resultante.
9. Médiuns naturais ou involuntários, como vimos no item 3 acima, são os que produzem os fenômenos espontaneamente, sem qualquer participação de sua vontade e, na maioria das vezes, mau grado seu.
10. Médiuns facultativos ou voluntários são os que têm o poder de provocar os fenômenos por um ato da própria vontade, desde que haja, obviamente, o concurso de um Espírito. Se este se recusar, eles nada poderão, o que demonstra que se verifica no fato mediúnico a influência de uma força estranha.
É perigoso desenvolver a mediunidade nas crianças
11. Kardec formulou aos Espíritos superiores três questões relativamente à mediunidade em crianças. Eis, em resumo, o que eles ensinaram (“O Livro dos Médiuns”, item 221, parágrafos 6, 7 e 8):
I - É muito perigoso desenvolver a mediunidade nas crianças, porque sua organização franzina e delicada ficaria abalada e sua imaginação superexcitada com a prática mediúnica. Desse modo, os pais prudentes devem afastá-las dessas ideias ou, pelo menos, só tratar do assunto do ponto de vista de suas consequências morais.
II - Quando a faculdade mediúnica é espontânea na criança, é sinal de que se acha em sua natureza e que sua constituição a isso se presta. Já o mesmo não se dá quando é provocada e superexcitada.
III - Não existe uma idade precisa para que uma pessoa passe a ocupar-se da mediunidade. Isso depende fundamentalmente do desenvolvimento físico e, mais ainda, do desenvolvimento moral. Há crianças de 12 anos que são menos afetadas que certos adultos.
Respostas às questões propostas