problema de
ordem
doutrinária e,
sim, um problema
criado com a
fusão
político-administrativa,
ocorrida em
1975, entre o
estado do Rio e
o então estado
da Guanabara,
hoje cidade do
Rio de Janeiro,
capital do
estado do Rio.
Existiam duas
federativas e os
espíritas da
época não
conseguiram
transformar as
duas Casas em
uma só. Quando
assumimos, no
ano de 2000, a
presidência da
então FEERJ,
federativa que
representava os
espíritas
fluminenses,
fomos à reunião
do Conselho
Federativo
Nacional da FEB
daquele ano e,
lá, fizemos a
proposta da
"união pelo
trabalho". Tal
processo
perdurou por
cinco anos, com
vários lances
onde a vaidade e
o orgulho
pretenderam se
impor, mas a
vontade de Deus
não poderia
ficar ao bel
sabor dos
envolvidos
naquele
processo, que,
sabíamos, tinha
uma condução
espiritual muito
firme.
Finalmente, em
26/3/2006, numa
Assembleia
memorável, as
113 Casas
Espíritas
associadas
renunciaram à
função
federativa e se
associaram à
nova federativa
que surgia
naquele dia,
pois a então
USEERJ também
renunciou à
mesma função e
fez uma
modificação
estatutária,
mudando seu nome
e aceitando os
nossos
associados como
associados dela.
A Assembleia da
Unificação foi
presidida pelo
presidente da
FEB, Nestor
Masotti, na sede
histórica do
Centro do Rio de
Janeiro, na
Avenida Passos,
30. O nome da
federativa
estadual é,
desde então,
Conselho
Espírita do
Estado do Rio de
Janeiro –
CEERJ.
O Consolador:
Como era antes,
com a USEERJ e a
FEERJ?
Como já disse,
eram duas
federativas, com
atuações
distintas, em um
só estado,
resultado da
vontade do
governo militar
de Geisel, que
achou que iria,
com isso,
diminuir o peso
da oposição ao
seu governo.
Ressalto que não
tínhamos
divergências
doutrinárias.
O Consolador:
Quais são, na
história da
FEERJ, os pontos
marcantes?
A Casa de
Bezerra de
Menezes em
Niterói foi
fundada em
30/6/1907, por
um grupo de
entusiastas
espíritas, tendo
à frente um
destacado
companheiro,
Eugênio Olimpio
de Souza, que
fora aluno de
Dr. Bezerra nos
grupos de estudo
de "O Livro dos
Espíritos" e de
"O Evangelho
segundo o
Espiritismo".
Ambos os estudos
eram coordenados
pelo ilustre
Bezerra. Até
1975 foi ela a
representante
dos espíritas
fluminenses
junto à FEB. Só
deixou de ser
após a malfadada
fusão a que me
referi, pois o
Conselho
Federativo
Nacional
decidira que
quem tivesse
sede na capital
do novo estado
seria a
representante.
Ora, com a
fusão, Niterói
deixou de ser
capital e a
cidade do Rio de
Janeiro passou a
ser a capital,
daí a então
Federação
Espírita do
Estado da
Guanabara passou
a ter, com
exclusividade, a
representação.
Antes disso, a
FEERJ
contribuiu, em
muito, para a
divulgação e a
vivência do
Espiritismo. Foi
na década de 70,
do século
passado, que
tiveram início
de forma
pioneira os
cursos de
formação de
evangelizadores
da infância e da
mocidade, tendo
a participação
efetiva de
Cecília Rocha,
hoje
vice-presidente
da FEB. Foram
cursos
memoráveis, em
várias regiões
fluminenses.
Nessa época,
Floriano Moinho
Péres, grande
trabalhador da
Causa Espírita,
era o presidente
da FEERJ e sua
esposa, Luzia
Péres, era a
responsável pela
infância. Até
hoje, o acervo
histórico das
aulas de
evangelização
encontra-se em
nossa sede, em
Niterói.
O Consolador: A
modificação na
FEERJ alterou
sua programação
normal de
estudos e
divulgação
espírita?
Com a unificação
do movimento
espírita
fluminense, a
FEERJ cedeu a
função
federativa para
o CEERJ e fez
uma alteração
estatutária,
passando a
denominar-se
Instituto
Espírita Bezerra
de Menezes (IEBM),
mantendo as
mesmas
atividades que
funcionam desde
a sua fundação,
no distante
1907: a de
estudar a
Doutrina
Espírita e a de
praticá-la.
Neste
particular, ela
atua através do
Instituto Dr.
March, braço
assistencial
espírita,
fundado em
3/10/1934, que,
em parceria com
a prefeitura de
Niterói, mantém
uma creche para
200 crianças.
Deixando de lado
a função
federativa, o
IEBM, nova
denominação da
FEERJ, passou a
ampliar suas
atividades, seja
na área da
divulgação, seja
na área do
ensino. Hoje,
pelas seis
reuniões
públicas
semanais, mais
de mil pessoas
passam pela
Casa.
O Consolador:
Você tem
informações
quanto ao número
de instituições
existentes no
Rio de Janeiro?
No estado do Rio
de Janeiro
existem 94
municípios. Só
em seis não
existem Centros
Espíritas. São
600 os Centros
associados ao
CEERJ (113
oriundos da
ex-FEERJ) e
existem uns 300
não associados.
Em recente
pesquisa, feita
pelo amigo Luiz
Carlos, do GEUFA,
Instituição de
Volta Redonda, o
interior do
estado já
superou a
capital em
número de
instituições. O
movimento
espírita é
dividido em
Conselhos
locais, o
Conselho Espírita
Unificado – CEU,
e em cada CEU
existem,
congregadas,
sete
Instituições
associadas.
Existem 42 CEU's
em todo o
Estado, sendo
que em algumas
regiões ou
cidades existe
mais de um CEU,
como é o caso de
Volta Redonda,
Niterói, S.
Gonçalo, Duque
de Caxias e Nova
Iguaçu, por
exemplo.
O Consolador: Na
experiência de
palestrante e
coordenador de
jornadas de
divulgação, que
fato relevante
você gostaria de
destacar?
A experiência no
trato com a
unificação
deu-nos várias
lições de vida.
Uma delas foi no
tocante ao fato
de que as
Instituições
precisam ser
visitadas e
precisam
visitar, por
meio das
Caravanas
organizadas, os
diferentes
Grupos
Espíritas, pois
só assim é
possível trocar
experiências,
vivenciar as
dificuldades dos
outros e
experimentar, na
prática, os
frutos
adocicados da
unificação, que
deve ser, para
mim, um
movimento
constante.
Lembro-me também
de que devemos,
na função de
divulgadores de
nossa Doutrina,
levar sempre, de
frente, as obras
da Codificação.
Kardec ainda é
um grande
desconhecido,
inclusive em
nosso meio.
O Consolador:
Indique o site
da instituição.
A nossa
federativa
fluminense – o
CEERJ - tem na
internet o
seguinte site:
www.ceerj.org.br
O Consolador: O
intercâmbio com
outros estados é
bom? Fale também
sobre sua
experiência com
relação ao
Conselho
Federativo
Nacional.
Se dentro do
estado já é por
demais
gratificante
visitar irmãos
de outras Casas,
em outros
estados nem se
fala. A
experiência é
riquíssima! Das
reuniões do
Conselho
Federativo
Nacional, das
quais participei
ativamente por
seis anos, só
tenho boas
recordações.
Ouvir o relato
dos
companheiros,
sentir suas
dificuldades,
saber das
experiências no
campo da
divulgação,
conhecer novas
metodologias de
estudo, tudo
isso faz com que
aprendamos
sempre mais e
mais, neste
intercâmbio
maravilhoso e
gratificante.
O Consolador:
Suas palavras
finais.
O que mais me
preocupa hoje é
o fato de muitos
que se dizem
espíritas
desconhecerem a
proposta básica
de nossa querida
Doutrina: a
mudança, para
melhor, de nosso
comportamento,
de nossos
sentimentos.
Viver a
doutrina, deixar
ela entrar em
nós,
modificando, dia
após dia, a nós
mesmos, o nosso
ser, é a
proposta a ser
seguida por
todos aqueles
que se confessam
seguidores da
Doutrina
Espírita.