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Ano 3 - N° 116 – 19 de Julho de 2009 

ANTONIO AUGUSTO NASCIMENTO
acnascimento@terra.com.br
Santo Ângelo, Rio Grande do Sul (Brasil)

 

Vinicius Lima Lousada:

“É na educação moral proposta
por Kardec que encontramos possibilidades infinitas de superação do egoísmo”
 

Autor dos livros “Educação para a vida” e “Saberes de Espiritualidade e Paz”, o educador e pesquisador Vinicius Lima Lousada (foto) é coordenador do Setor de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE) da Federação Espírita do Rio Grande do Sul. Pedagogo, Mestre e Doutorando em Educação pela UFRGS relata-nos nesta entrevista sua trajetória e suas vivências.

O Consolador: Como se tornou espírita?


Tive o ensejo, na atual reencarnação, de renascer num lar espírita, em Rio Grande-RS, tendo aprendido com meus pais um profundo amor por Jesus Cristo e sua mensagem, bem como uma veneração pelo pensamento de Allan Kardec. Minha mãe é médium e foi muito dedicada ao trabalho de evangelização e assistência social; já meu pai, agora desencarnado, foi muito afeito às tarefas de estudo e difusão dos conceitos espíritas. Com o tempo, frequentei as aulas de evangelização espírita da infância e da juventude junto de meus irmãos e, desde a juventude, tenho procurado me vincular à Filosofia Espírita através do estudo de suas obras fundamentais e das possibilidades de labor no centro espírita.

O Consolador: Tarefas que já realizou da Casa Espírita e quais seus encargos atuais?

Em Rio Grande, iniciei minhas atividades como evangelizador da infância e da juventude, depois atuei como diretor de departamento na mesma área na Sociedade Espírita Kardecista e, na área doutrinária, em momentos e sociedades espíritas distintos. Atuei como presidente da Comunhão Espírita Mansão da Paz e fui sócio-fundador e vice-presidente da Casa Espírita Bezerra de Menezes. Cheguei a colaborar junto ao Departamento Doutrinário da União Espírita do Rio Grande, órgão de unificação representativo da FERGS naquela cidade. No momento sou membro da Diretoria do IETRD, como secretário, e colaboro sistematicamente nas atividades da divulgação da Doutrina Espírita através de palestras e atividades solicitadas pelo Departamento de Recursos Humanos e no ensino da Doutrina Espírita, como também no serviço dos passes. Sou muito grato aos companheiros dessa instituição que acolheu mui fraternalmente a mim e minha esposa, tendo-nos oportunizado a retomada de tarefas na seara espírita às quais somos muito afeiçoados desde os dias iniciais da juventude. Na FERGS sou coordenador do Setor de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, no âmbito do Departamento Doutrinário.

O Consolador: Quais os títulos de seus livros?

“Educação para a vida” e “Saberes de Espiritualidade e Paz”, além de outro no qual estou trabalhando, a ser publicado oportunamente. Ambos podem ser adquiridos na livraria Francisco Spinelli, da Federação Espírita do Rio Grande do Sul.

O Consolador: Tem artigos publicados? Em quais órgãos? 

Sim, desde que decidi escrever para comunicar as reflexões que fazia em palestras doutrinárias, tenho artigos publicados em alguns vários periódicos e sites. Dentre aqueles veículos de divulgação que me têm dado o ensejo de servir, que minha memória recorda, são: Diálogo Espírita e Revista Reencarnação – FERGS; Revista Internacional de Espiritismo; Seara Espírita; Revista O Consolador e alguns sites como Espiritualidade e Sociedade; Panorama Espírita; Terra Espiritual etc. Na atualidade mantenho um blog com o propósito de promover o estudo da Doutrina Espírita, com artigos meus, de amigos de ideal e de Allan Kardec. Convido a todos a conhecê-lo: www.estudandokardec.blogspot.com.

O Consolador: Como iniciou sua atuação como expositor espírita e quais temas prefere abordar?

Desde maio de 1995, tenho realizado palestras espíritas onde companheiros queridos foram me convidando. Pouco a pouco, o labor foi assumindo novas dimensões, inicialmente, na minha cidade natal, depois algumas cidades próximas e logo, para minha felicidade, o trabalho tem se ampliado de tal forma que tenho visitado, principalmente nos finais de semana, diversas cidades do solo gaúcho para explanar sobre a Doutrina dos Espíritos conforme a aprendemos nos textos kardequianos. Tenho tido o ensejo de realizar palestras públicas em diversos locais como feiras de livro, casas de cultura, teatros, escolas, centros espíritas e outras agremiações, a convite de gentis companheiros de nosso movimento que me oportunizam partilhar o pouco do que já aprendi de Espiritismo nesta vida corpórea. Os temas são variados, mas normalmente focados na Filosofia Espírita e usam proposta educativa. Para os trabalhadores das casas espíritas, tenho-me dedicado a palestras e seminários voltados ao tema do “Estudo da Doutrina Espírita” e a outros como “Humanização das relações na casa espírita”, “O que é o Espiritismo?”, “Estudo sobre Fluidos Espirituais” e “Mediunidade na visão de Kardec”, ou conforme a solicitação dos confrades. Algo que tem me deixado muito feliz nessa caminhada de difusão doutrinária é ver crescer o número de pessoas sérias e entusiasmadas com a Doutrina Espírita que têm se afeiçoado e redescoberto os textos de Kardec e se ocupado em difundi-los, independente da faixa etária em que transitam. 

O Consolador: Fale-nos da motivação para abordar temas relacionados na Codificação, resgatando a Revista Espírita. 

Há muito ganhei de aniversário um exemplar da Revista Espírita de 1858 e não dei ao fato a devida atenção. Desde a véspera de seu sesquicentenário travei novo contato com essa produção em virtude de sua publicação pela FEB e, desde então, tenho lido diariamente essas páginas primorosas de Ciência Espírita produzidas pelo mestre Allan Kardec. Diante dos saberes ali presentes, as conjecturas de Emissários do Além e de Espíritos de diferentes graus da escala espírita, o boletim das reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, os profundos textos do Codificador analisando problemas morais, manifestações espíritas de toda ordem e desenvolvendo a Filosofia, fiquei apaixonado pela Revista Espírita e a reconheço, como já disse Allan Kardec, entre as obras fundamentais da Doutrina dos Espíritos. Não conhecer a “Revista Espírita: jornal de Estudos Psicológicos” é desmerecer a genialidade de Allan Kardec e se permitir conviver superficialmente com o Espiritismo. Por esse motivo, tenho me ocupado também em levar, em minhas palestras, considerações presentes na Revista Espírita, procurando partilhar esses saberes com os demais companheiros de jornada. 

O Consolador: O que pensa sobre a participação dos jovens, que tem aumentado, nas Instituições Espíritas? Como deve ser a postura dos dirigentes para inserir o jovem nas atividades do Centro Espírita? 

Creio ser excelente a participação da juventude na seara espírita, sobretudo desenvolvendo um trabalho de base, que a enraíza na instituição que a acolhe. O Codificador, considerando o valor moral do Espiritismo para as novas gerações, ressalta, num dos diálogos em sua Viagem Espírita em 1862, a necessidade da abertura das reuniões espíritas aos jovens. A postura do dirigente espírita deverá ser de acolhimento cristão aos jovens que queiram se integrar aos labores da Evangelização tanto quanto aos demais serviços da casa, respeitando sempre as normativas da instituição e o bom senso. Cabe a quem lidera com Jesus saber delegar tarefas de modo apropriado ao nível de consciência e responsabilidade deste ou daquele servidor. Lembremo-nos de que Kardec chegou a afirmar que para o entendimento do Espiritismo é essencial a maturidade do senso moral, aquisição do Espírito que não depende de primaveras contabilizadas. 

O Consolador: Qual a importância dos grupos de estudos nas Casas Espíritas?  

Os grupos de estudos nas casas espíritas são de máxima relevância considerando a necessidade de espiritualização de todos nós, nesses dias de materialismo soez e crise ética, através do conhecimento libertador do Espiritismo. A apropriação do pensamento espírita, pela prática da leitura de Kardec e mediante conversação salutar em grupo, parece-me ser uma via indispensável para aquele que, ao se aconchegar em torno do Consolador, procura estabelecer um roteiro de progresso espiritual consciente, pautado nos princípios da Filosofia Espírita. Penso que, para atender a esse fim, os grupos de ESDE deverão fomentar o estudo sistemático das obras fundamentais da Doutrina, facilitando o conhecimento espírita na sua totalidade, e contribuir com a educação moral dos participantes para que os espíritas deem, efetivamente, a sua cota de participação na construção de um mundo melhor, a começar pela transformação interior que cabe a cada um. 

O Consolador: Como tem sido sua experiência na coordenação do setor de ESDE, do Departamento Doutrinário da FERGS?  

Tem sido uma experiência muito feliz e enriquecedora, nada obstante traga desafios comuns à tarefa de união da família espírita, que passa inevitavelmente pelo exercício da perseverança e da abertura à alteridade, o que, por sua vez, exige uma mudança de paradigma para a aceitação do outro, que tem história e perspectivas diferentes das nossas. Essa me parece uma das demandas mais delicadas da tarefa, pois aceitar o outro e seu ponto de vista não implica paralisarmo-nos para agradá-lo, mas, fundamentalmente, aproveitar as contribuições do outro através do diálogo, pelo êxito do labor. O trabalho em equipe, com companheiros de diferentes regiões do Estado do Rio Grande do Sul, tem provocado um aprendizado valioso, além da relação dinâmica entre a pluralidade de concepções de trabalho e a convergência de ações por amor à Causa, que motiva inegavelmente o grupo de trabalho do ESDE na Federação. Claro que muito devemos à coordenação do DEDO/FERGS que tem uma perspectiva dialógica de gestão desse departamento, no qual nos inserimos. Nossa equipe tem levado os quatro módulos do Curso de Aperfeiçoamento de Coordenadores de ESDE, que elaboramos coletivamente ao longo do ano passado, nas reuniões federativas no RS e onde tenha sido convidada ou solicitada.

O Consolador: Como avalia o estado atual do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE) nos Centros Espíritas?

Percebo que contamos, nas casas espíritas, com uma diversidade de gente responsável e comprometida com a causa da Campanha Permanente do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita. Entretanto, é preciso considerar que cabe ao colaborador atento aos seus deveres para com a Causa a busca da constante qualificação, procurando tornar sua boa vontade devidamente esclarecida, tendo em vista o serviço sob a sua responsabilidade. Urge que procuremos compreender, de forma bem tranquila, que a aplicação dos programas de estudos, por mais excelentes que eles sejam, não deve servir para formar “leitores de apostilas” em nosso movimento doutrinário. Na aplicação adequada delas, essas devem ser consideradas como ferramentas pedagógicas para ensinar Espiritismo, conduzindo o participante do grupo de estudos doutrinários à leitura e à pesquisa da Filosofia contida nas obras fundamentais da doutrina, assinadas por Allan Kardec.

O Consolador: Qual o momento atual da divulgação do Espiritismo?

O Espiritismo está no ar, um dia asseverou o mestre Allan Kardec. E muitos são os divulgadores e os meios de divulgação ao seu alcance, no Brasil e no exterior. Entretanto, o crescimento da divulgação da Doutrina Espírita pede qualidade que não pode ser medida em números, mas na fidelidade ao pensamento espiritista. Muito embora eu seja otimista, creio ser necessário que prestemos muita atenção a fim de não trazermos para a tribuna espírita temáticas que não são da alçada do Espiritismo, sobretudo estudos inconclusos no campo das Ciências, forçando conexões impossíveis, do ponto de vista epistemológico, como se tratasse mesmo da Ciência Espírita – ledo engano, somente imperceptível ao senso comum, que ressaltaria uma prática pseudossábia. Igualmente, evitemos a discussão de questões dogmáticas ou de crença religiosa, ou ainda a difusão de partidarismos que convertem o momento que deveria ser de encontro com a cultura espírita em palanque eleitoreiro. Em realidade, essa questão não me tem agastado em demasia, pois, conforme asseverou Jesus, “a cada um será dado conforme as suas obras”. E desse modo, mais do que preocupado com o que os outros têm feito do Espiritismo, tenho reflexionado mais em torno de meus deveres pessoais para com a Doutrina. Trago, no entanto, para a pauta desta entrevista essa questão porque, pelo elevado teor da revista O Consolador, vale a pena deixar ao leitor uma grave reflexão em torno de nossas responsabilidades para com a coerência filosófica em relação ao Espiritismo que dizemos propagar no campo da divulgação. 

O Consolador: Em face da constatação do crescente interesse do público em geral pelo Espiritismo, quais as ações que competem ao dirigente da Casa Espírita para prepará-la para bem atender os que chegam? 

A casa espírita, além de adequar-se, do ponto de vista estrutural, para atender os que procuram nela o conteúdo luminoso do Espiritismo, deverá empreender esforços no sentido de humanizar as relações entre os sujeitos que em realidade a fazem, pois a instituição espírita não é apenas o seu prédio, mas as pessoas – o que define, inclusive, a sua assistência espiritual como assevera o ínclito Codificador ao tratar dos grupos e sociedades espíritas em O Livro dos Médiuns. Nesse sentido, parece-me oportuno lembrar o admirável programa proposto por São Luís à Sociedade Espírita de Paris, que consta na Revista Espírita de dezembro de 1860: compreensão e amor, ou seja, que se busque compreender tudo de tudo no que concerne à Doutrina dos Espíritos e, entre os espíritas, que haja amor cristão em regime de reciprocidade.

O Consolador: Como o amigo percebe os desafios da sociedade em transformação como a aparente perda de valores espirituais em detrimento da busca pela segurança material?

Vivemos dias de normose, de torpor espiritual mesmo, em que as criaturas recorrem às igrejas e demais instituições religiosas, com as raras exceções existentes, na busca da satisfação imediata, com base em valores estabelecidos sob o talante do materialismo que se espraia em toda parte. No quadro em vigor, os indivíduos vivem entregues, apesar de se vincularem pró-forma a esta ou aquela religião, ao gozo sem medida, escravizados pelas más paixões e chafurdados na desorientação coletiva provocada pelos cânticos de sereia do mundo e pelas fantasias dogmáticas que lhes foram destinadas há séculos. No entanto, a presença do Espiritismo entre nós anuncia ventos alvissareiros de novos tempos para a humanidade. O aproveitamento da moral espírita, que é expressão fiel da moral de Jesus, o Mestre por excelência, nos remete às possibilidades criativas que podem edificar as criaturas nas sendas da vida terrestre. Devemos, os espíritas, apresentar em nossa conduta ética os valores morais abraçados, manifestar por nossa presença no mundo a espiritualidade subjacente no Espiritismo, pois a nossa contribuição, por menor que seja, quando alicerçada no exemplo, é capaz de modificar, no sentido do bem, a realidade em nossa volta. Num mundo carente de Jesus e da prática de suas lições, como é o nosso, a ação radicalmente transformadora parece ser a da aplicação de seus ensinos na vida cotidiana.

O Consolador: Como educador, como analisa a contribuição que a Doutrina Espírita pode dar ao mundo?

Na condição de educador, reconheço no Espiritismo o seu potencial educativo, realmente transformador da criatura que bebe na água viva de seus conceitos matando a sede de espiritualidade que há muito nos invadia cercando-nos de um vazio existencial terrível. O Espiritismo é vida em nossas vidas, convidando-nos a alertarmos a mente em relação ao nosso progresso individual, motivando-nos ao conhecimento de nós mesmos e à aprendizagem das virtudes com vistas à superação das paixões inferiores de que a alma seja portadora. É na educação moral proposta por Allan Kardec que encontramos possibilidades infinitas de superação do egoísmo que viceja em toda parte, por dominar o coração dos indivíduos, passando a orientar as condutas em público e na privacidade. Nesse propósito é fundamental que a família espírita dê conta de estabelecer práticas educativas que ajudem os indivíduos a se curarem desse mal que é o egoísmo e, para tanto, tenhamos em mente, com Allan Kardec, que os pais são os primeiros “médicos das almas” que nomeamos por filhos, cuja missão sublime corresponde ao dever de endereçá-los para Deus, o que quer dizer laborar para que esses Espíritos que se hospedam em nosso lar na condição de rebentos, moços e moças, encontrem êxito espiritual na presente reencarnação. 

O Consolador: Qual a importância de o trabalhador espírita participar das atividades de assistência social? 

Penso que se trata de uma experiência ímpar de aplicação dos conceitos estudados ou lidos que nos remetem ao exercício da fraternidade com aqueles que transitam na precariedade material. Paulatinamente, precisamos ir ao encontro das misérias ocultas, como assevera o Código Divino, propondo-nos a atitude cristã da solidariedade. Além disso, os projetos sociais – espíritas ou não – são oportunidades para que o homem e a mulher de bem atendam ao convite de Jesus e sejam, de fato, o sal da terra destacando o bem por toda a parte, trabalhando por expandir as possibilidades da presença do Reino de justiça e paz em nossa casa planetária, contribuindo, por fim, com a regeneração humana – em cujo processo o Espiritismo se destina a colaborar.

O Consolador: O que a sua experiência como trabalhador espírita tem-lhe permitido vivenciar?

Penso que a principal experiência tem sido no sentido de conviver com as pessoas, as mais diferentes, e perceber que temos, aqui e no mais além, companheiros valorosos que nos antecederam deixando, até mesmo no quase anonimato, um roteiro luminoso que nos convida a servir e prosseguir com Jesus. Igualmente, em face do elevado teor da tarefa espírita e do reconhecimento de meus limites intelectuais, percebo a necessidade pessoal que tenho de estudar sempre e me tornar cada vez mais íntimo do pensamento de Allan Kardec, procurando, como recomendou através de Chico Xavier o amorável Espírito Bezerra de Menezes, viver Kardec nas diferentes horas de luta, nos postos de trabalho no mundo, no cerne da alma para que eu passe a entender com mais profundidade o Mestre de todos nós.

O Consolador: Suas palavras finais.

Agradeço à equipe da revista O Consolador a oportunidade de partilhar experiências e as perspectivas filosóficas do Espiritismo. Rogo ao nosso Mestre e Amigo Jesus que nos ilumine a todos a fim de que não esmoreçamos no serviço com o qual estamos comprometidos.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita