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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 3 - N° 119 – 9 de Agosto de 2009

 

Escolhendo o presente
do papai

 

Andando pelas ruas de comércio da cidade, Julinho, de oito anos, pensava:

— O que vou comprar de presente para o papai?

Aproximava-se o Dia dos Pais e ele queria dar um presente ao seu pai, mas que representasse seu próprio esforço. 

Conseguira economizar dez reais da mesada do mês e disse à mãe: 

— Mamãe! Posso escolher um presente para o papai? Mas quero fazer isso sozinho! 

Antes de responder, a mãe pensou um pouco, e achou que seria bom para o filho: ele ia exercitar a responsabilidade, aprender a utilizar o livre-arbítrio, isto é, entre várias opções de escolha, tomar a decisão adequada à quantia que tinha em suas mãos; além disso, saindo desacompanhado, também exercitaria a independência, tornando-se mais confiante e seguro de si mesmo. 

Depois de pensar, a mãe decidiu: 

— Está bem, Julinho, pode ir. Mas, espere um momento. Vou pegar o dinheiro para você levar. 

— Não precisa, mamãe. Eu tenho dinheiro! Economizei na mesada deste mês — afirmou o menino com satisfação, tirando a nota de dez reais do bolso da calça e mostrando-o à mãe.   

Agradavelmente surpresa, a senhora sorriu e disse: 

— Então está bem, meu filho. Cuidado ao atravessar as ruas e guarde bem seu dinheirinho. Vá com Deus!  

O menino arrumou-se, penteou os cabelos, colocou a nota no bolso da calça e despediu-se da mãe. 

Andou por várias lojas. As opções eram muitas. Olhou calças e camisas, mas eram caras. Um par de sapatos? Nem pensar! Não tinha dinheiro para comprá-los.  

Caindo na realidade, começou a ver coisas mais ao seu alcance. Talvez um lenço ou um par de meias? Quem sabe uma caixa de chocolates? Seu pai gostava de música; quem sabe um CD de músicas resolveria a questão? 

As dúvidas eram muitas, e os preços também. 

Na verdade, olhando as vitrines das lojas, Julinho pensava... pensava... Ele queria dar algo ao seu pai, a quem amava tanto, mas que ele pudesse se lembrar dele para sempre. Que o presente o acompanhasse por toda a vida!

Desse modo, as coisas de comer estavam descartadas. Uma gravata, uma caixa de lenços ou um par de meias, ele usaria por algum tempo, depois iria deixar de lado por terem ficado velhos. O CD, ele poderia não gostar das músicas. 

Com a cabecinha cheia de dúvidas, Julinho passou por uma livraria e seus olhos se arregalaram: 

— Um livro! Por que não pensei nisso antes? 

Decidido, entrou na livraria e, no meio dos livros que estavam em exposição, achou um perfeito e com desconto! Era exatamente o que ele queria, e ao preço de dez reais! Seu pai iria adorar! 

Mandou embrulhar para presente, pagou e saiu da loja todo feliz. 
 

No domingo, Dia dos Pais, Julinho levantou-se cedo e, passando a mão no pacote, correu a abraçar seu pai. Com o presente escondido nas costas, ele chegou ao quarto do pai todo sorridente.

— Papai, parabéns pelo seu dia! Trouxe uma coisa para você. Olhe! 

E estufando o peito com orgulho, entregou ao pai o lindo pacote amarrado com bela fita vermelha. 

— Obrigado, filhinho. Mas, o que será? — disse o pai, mostrando curiosidade. 

Ao abrir o pacote deparou-se com um livro. 

— Meu filho! É um presente muito valioso. Adorei a idéia!   

— Fui eu que escolhi, papai. Queria dar-lhe um presente que fosse útil em todas as ocasiões e que, cada vez que o abrisse, se lembrasse de mim.  

Comovido, ele exclamou: 

— Acertou em cheio, meu filho! Não poderia ter escolhido melhor. Obrigado! 

Deu um grande e carinhoso abraço no pequeno Júlio. Depois, mostrou o livro à mãe. 

— Veja, querida. É um exemplar de “O Evangelho segundo o Espiritismo”! 

A mãe, também comovida, abraçou-se aos dois e ficaram os três enlaçados. 

— Sabia que você iria gostar, papai. Certo dia, ouvi você dizer para a mamãe que este livro traz muito conhecimento para quem o lê e serve em todos os momentos: na alegria e na tristeza, na saúde e no sofrimento. Que ele consola, alegra, dá paz e esperança a quem precisa. 

— Isso mesmo, meu filho. Você lembrou muito bem. Nesta obra estão contidas as lições que Jesus nos deixou para servir-nos de guia na existência.  

Emocionado, naquele momento o pai pediu que orassem juntos para agradecer a Deus o filho tão especial que lhe dera, e também o dia que estava apenas começando, mas que prometia ser feliz e cheio de bênçãos.

 

                                                                  Tia Célia 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita