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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 4 - N° 192 - 16 de Janeiro de 2011

 

As pedras mágicas

 

Pedrinho era um menino a quem nada faltava. Tinha uma família amorosa, mãe dedicada, pai compreensivo e irmãos que o amavam e tudo faziam pelo seu bem-estar.        

No entanto, Pedrinho estava sempre bravo. Quando alguém lhe fazia uma pergunta, respondia sempre mal-humorado. Ao pedir algo aos familiares, era sempre exigente e, se não fosse atendido na hora começava a gritar, irritado.

Quando atendido em seus pedidos, nunca tinha uma palavra de agradecimento, como se todos tivessem obrigação de servi-lo. E quando fazia alguma coisa errada, não se desculpava. 

O comportamento de Pedrinho era tão difícil que os familiares e colegas da escola, temendo suas reações, se mantinham um pouco afastados dele.

Certo dia, o avô João chegou e encontrou-o triste, sentado no portão.

— O que aconteceu, Pedrinho? — perguntou o avô.

O menino levantou a cabecinha para olhar o avô e respondeu, desanimado:

— Eu quero brincar, vovô, mas ninguém quer brincar comigo! Meus amigos sumiram!...

O avô João levou o neto até um banco que havia no jardim, abraçou-o e voltou a perguntar:         

— Por que será que seus amigos se afastaram de você, Pedrinho?

— Não sei, vovô.

O senhor pensou um pouco e disse:

— Pedrinho, familiares e amigos são valiosos tesouros que Deus nos deu e dos quais devemos cuidar muito bem. Mas, eu tenho a solução para seu problema.

— Verdade, vovô?

— Sim! Daqui a alguns dias é seu aniversário, não é? Pois vou dar-lhe um presente mágico!

Os olhos do menino brilharam:

— Mágico?...  Mágico!... O que é?

— Você verá. Aguarde! Agora, vamos para dentro. Preciso conversar com sua mãe.

Enquanto o avô e a mãe conversavam tomando um cafezinho, a imaginação de Pedrinho corria solta como o vento. Ele estava curioso para saber que presente seria esse que o avô iria lhe dar. Tentou descobrir, mas nada. O avô não deu nenhuma pista.

Assim, foi com grande ansiedade que viu passar os dias que o separavam do seu aniversário. Iria fazer sete anos.

Até que o grande dia chegou. Pedrinho acordou todo animado. Sabia que ganharia muita coisa, mas só pensava no presente do avô João.

O avô chegou bem cedinho. Trazia um lindo embrulho de presente.

Após abraçar com imenso carinho o neto, ele explicou:

— Pedrinho, aqui está o seu presente mágico. Você deverá cuidar bem dele. Quando precisar tomar uma atitude, lembre-se de consultá-lo. Ele terá sempre a resposta certa para suas necessidades. Se assim fizer, ele lhe será útil por toda a vida.

Ansioso, Pedrinho retirou o laço vermelho e rasgou o papel de embrulho. Prendeu a respiração ao ver uma linda caixa de madeira. Na verdade, um cofre, com fechadura e chave. 

Impaciente, Pedrinho pegou a chave e abriu-

a. Para sua surpresa, encontrou algumas pedras coloridas; cada uma delas tinha cor e formato diferente, mas todas eram belas: brancas, róseas, azuis, lilases. Elas eram brilhantes e polidas.   

Ele ficou encantado. Amava pedras!

Pegando uma delas na mão, viu que tinha algo gravado.

— Tem uma palavra gravada, vovô!

— Sim, Pedrinho. Você vai ver que cada uma delas tem uma palavra diferente e não menos importante. São palavras mágicas que lhe abrirão a porta do coração das pessoas.

— De verdade?...

— Sim. Pode apostar!  

Cheio de interesse, o menino pegou a primeira e leu:

— Obrigado.

Nesse momento, ele lembrou-se de que ainda não agradecera ao avô.

— Obrigado pelo presente, vovô — disse abraçando-o.

Depois continuou a examinar o conteúdo da caixa, observando cada pedra, e leu:

— Desculpe. Por favor. Com licença. Gosto de você. Bom dia. Boa tarde. Boa noite. 

Lendo cada uma delas, Pedrinho baixou a cabeça, entendendo a intenção do avô. 

A mãe, que observava a cena, ficou comovida ante a delicadeza e criatividade do seu pai. Vendo-a, Pedrinho correu para ela:

— Sei que tenho agido muito mal, mamãe. Desculpe-me. Obrigado pela festa que a senhora preparou para mim.

A mãe abraçou o menino com muito amor.

— Tudo o que faço é por amá-lo muito, meu filho.  

À tarde, os convidados começaram a chegar e Pedrinho ficou na porta para recebê-los. Agradecia a presença de todos com um sorriso e tão bem se portou que todos se aproximavam dele sentindo verdadeiro prazer em sua companhia.

E quando chegou hora de apagar a vela e todos os presentes cantaram Feliz Aniversário, ele tinha certeza de que realmente seria feliz.  

Desse dia em diante, o cofre e suas lindas pedras coloridas jamais se apartaram de Pedrinho.

Mesmo quando ele cresceu e foi para a Universidade, aquele cofre sempre o acompanhava, para não deixá-lo esquecer de como deveria tratar todas as pessoas.  

                                                        Meimei


 (Recebida por Célia Xavier de Camargo, em 3/1/2011.)   



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita