WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

 
Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 5 - N° 212 - 5 de Junho de 2011
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)

 
Kennedy Gomes Martins:

“Vivamos como seres espirituais em experiências corporais”

A capacidade de superação dos traumas e de valorização da própria personalidade está em nossa essência imortal como Espíritos que somos

 

Kennedy Gomes Martins (foto), psicólogo clínico, natural de Sertãozinho-SP, onde reside, vincula-se ao Centro Espírita Deus e Caridade, da mesma cidade, e ao GRAAUS – Grupo de Recuperação de Alcoólicos e Dependentes Químicos Augusto Silva. Coordenador de grupos de estudos doutrinários e palestrante, sua experiência profissional aliada ao conhecimento espírita traz informações importantes, como o leitor poderá ver na entrevista seguinte. 
 

Como psicólogo de formação e de atividade clínica, qual a maior causa que leva alguém à procura de terapias? 

A psicoterapia é um valioso instrumento para o enfrentamento das dificuldades humanas, as quais se manifestam em variadas formas e situações, sendo procurada por vários fatores de aflição humana como depressão, medo, insegurança, fobias, ansiedade, conflitos pessoais, conjugais, familiares, perdas, problemas de inter-relacionamentos grupais e sociais, e muitos outros não citados que caracterizam as dificuldades humanas. A procura também ocorre com caráter preventivo, ou seja, como instrumento de crescimento, autoconhecimento e amadurecimento interior.    

O distanciamento de Deus e o materialismo, em suma, são quesitos responsáveis pela baixa autoestima presente em tantas criaturas?

Sem dúvida nenhuma. Pois quem busca a realização no materialismo, naquilo que é ilusório, frustra-se, decepciona-se, gerando profundas angústias interiores. A autoestima, o autoamor vêm da sintonia com a nossa essência, e todos somos filhos de Deus. Quando distanciamo-nos dos reais objetivos da vida, vivendo como corpos, só temos desilusões. Quando vivemos como seres espirituais, teremos encontrado a finalidade da vida, vivendo com mais alegria e disposição. 

As adversidades causam reações e lesões diferentes em cada pessoa. Existe uma receita para administrar as ocorrências com mais equilíbrio? 

O indivíduo sofre não pelo acontecimento em si pelo qual está passando, mas pelo significado que atribui àquilo que passa. Assim, duas pessoas podem passar pela mesma adversidade, com reações diferentes, pela interpretação que cada uma dá aos fatos. Alguns compreendem as adversidades como instrumento de aprendizado e de crescimento, transformando uma dor em oportunidade para mudanças positivas em sua vida. Minha avozinha sempre me dizia: – Filho, há males que vêm para o bem. Nunca me esqueço da receita da Vó Meca para administrar as adversidades com equilíbrio e serenidade.  

Muitas pessoas se sentem travadas pelo medo e pela timidez, originárias de causas diversas. Como vencer esses quadros? 

O sentimento do medo é natural e deve fazer parte do rol das emoções saudáveis do ser humano. Porém, é preciso diferenciar: existe o medo saudável e o medo patológico. O medo saudável protege-nos dos perigos da vida. Vem do instinto de autoconservação. Agora, o medo torna-se patológico quando a pessoa faz uma interpretação distorcida, irreal de uma situação ou de algum objeto. Já a timidez tem origem, geralmente, numa grande insegurança interior. A pessoa tímida tem de rever os conceitos sobre si mesma. Normalmente, o tímido possui crenças de desvalia, de autodesprezo, de incapacidade. E todos somos capazes. Temos, é claro, nossas dificuldades, mas temos também potencialidades que podem ser desenvolvidas e aprendidas. Para que ficarmos somente ao lado da dificuldade?       

Muitos desequilíbrios são oriundos de rancores, mágoas e mesmo do ciúme e da inveja. Como psicólogo, você recebe muitos casos oriundos dessas questões? São eles os mais difíceis de orientar? 

Como ensina a Doutrina Espírita, a maior chaga da humanidade é o orgulho e o egoísmo. Daí advêm todos esses desequilíbrios interiores citados. Ainda somos Espíritos ignorantes, alunos indisciplinados que não aprendemos a Lei do Amor, tão bem ensinada e exemplificada por Jesus. Portanto, são muitos os casos oriundos dessas questões. Se são os mais difíceis de orientar, lembremo-nos do Mestre Maior, que já faz 2011 anos que nos ensina, e teimamos até agora em não aprender, nem praticar. 

Como a formação familiar influi na personalidade, em suas neuroses, medos e outros perfis? 

A família é a grande escola de educação dos nossos sentimentos. Através da convivência e dos exemplos observados, a criança vai registrando as suas primeiras impressões da vida e daí vai construindo sua personalidade. O que vivencia no campo familial exerce uma grande influência na construção de seu psiquismo, tanto para o norteamento saudável quanto para o desalinho. Felizmente hoje nós, pais, já temos condições de oferecer uma psicosfera mais saudável para que os filhos absorvam o melhor de nossos exemplos. Os pais têm na consciência uma enorme responsabilidade, mas, com a ajuda dos inúmeros recursos que já temos na atualidade, poderemos, sim, cumprir nossa missão de ajudá-los na construção de um perfil psicológico equilibrado e sintonizado com o Bem Maior.     

Como é, em sua opinião, a ligação entre Psicologia e Espiritismo? 

A Psicologia é a ciência da alma, que estuda o comportamento humano, os processos mentais e a sua interação. O Espiritismo, na definição de Allan Kardec, é a ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. Assim, em seus conceitos, já podemos perceber a existência de uma grande interface entre essas duas ciências. 

Esse elo pode ajudar? De que forma? 

Sim, sem dúvida alguma, pois Ciência e Religião nunca se entenderam bem, pois a razão não encontrava lógica na fé, enquanto que a fé caminhava sem a companhia da razão. Havia um vazio entre as duas, que está sendo preenchido pelo conhecimento dos mecanismos do Universo espiritual e suas relações com o mundo corporal. Uma vez comprovadas pelas experiências científicas, uma nova luz se fará no conhecimento humano.  Esses estudos estão sendo desenvolvidos por eminentes cientistas nas melhores universidades nacionais e internacionais. O Espiritismo, trazendo a síntese do conhecimento humano, pode contribuir muito com a Psicologia e as demais Ciências, bem como ser iluminado por essas. Mas, temos um detalhe importante a dizer, utilizando-nos do bom senso e do respeito: não podemos transformar o Centro Espírita em consultório de Psicologia, nem consultório psicológico em Centro Espírita.  

Como sente o perfil psicológico do público em suas palestras? 

O público em geral tem demonstrado uma necessidade muito grande por estudos e trabalhos sérios, onde exista uma profundidade. Nós, expositores do conhecimento espírita cristão, não podemos ficar mais em superficialidades, em modelos “palestrantes”, pelos quais alimentamos muito mais nossas vaidades e uma caminhada na paralela do Bem. Trazemos grande responsabilidade e compromisso na expansão do conhecimento espírita, mas principalmente na vivência daquilo que ensinamos aos outros.  

Algo mais a acrescentar? 

Lembro-me, neste instante, do começo da belíssima música do compositor espírita Moacyr Camargo, chamada Louis Armstrong, que diz assim:

“Eu acredito

Que o mundo será

Bem melhor do que é

Se enchermos as almas de flores

E floridos sermos só aroma.

Sem os espinhos que tanto nos feriram”.

Avante, amigos, nós todos haveremos de vencer no Amor e no Bem! Vivamos como Espíritos em experiências corporais, e não como corpos em experiências espirituais. Que Deus nos ilumine sempre! Um abraço fraterno a todos.



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita