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Editorial Inglês Espanhol    

Ano 5 - N° 219 - 24 de Julho de 2011

 


A propósito da criação de um índex relativo às obras espíritas

Vem circulando na rede mundial de computadores uma grave denúncia que atribui ao Conselho Federativo Nacional a ideia de instituir, por sugestão da Federação Espírita Brasileira, algo semelhante ao Índex que enodoou a história da Igreja Católica Apostólica Romana.

Para os que porventura não sabem, lembremos que índex é a palavra que designa o catálogo dos livros cuja leitura era proibida pela Igreja.

A denúncia, que nos parece não ter nenhum fundamento, baseia-se na notícia de que a Federação Espírita Brasileira (FEB) estaria inclinada, finalmente, a se manifestar com relação às aberrações e tolices que vêm sendo, no Brasil, despejadas na forma de livros supostamente espíritas ou como tal colocados à venda.

É evidente que nós da imprensa espírita jamais poderíamos apoiar a instituição de um Índex espírita, porque ninguém tem o direito de impedir que as pessoas publiquem ou leiam o que bem entendam. Instituir qualquer coisa parecida com isso equivaleria a reeditar, no meio espírita, um dos piores momentos da história da Igreja.

Por outro lado, não podemos criticar o propósito da FEB – ou das federativas estaduais – de orientar o movimento espírita acerca do conteúdo das obras que elas entendam que estejam apartadas da doutrina contida nas obras de Kardec, Denis, Delanne, Emmanuel e André Luiz.

Tal iniciativa não é somente um direito, mas constitui também um dever, que deveria ter sido cumprido há mais tempo.

Com efeito, nada impede que as obras mencionadas sejam analisadas por especialistas indicados pelas federativas, colocando-se tais análises no site da FEB à disposição do público leitor. Dessa forma, sem cercear o direito de ninguém, a instituição estaria cumprindo um dos seus papéis de coordenadora do movimento espírita brasileiro, contribuindo de forma direta para o esclarecimento dos espíritas e o aprimoramento das próprias obras, porque as editoras que as publicam saberiam de antemão que seus produtos estariam, doravante, submetidos ao crivo de terceiros.

Este assunto traz também à tona uma antiga questão que diz respeito ao papel da imprensa espírita, que não pode mais omitir-se e ignorar os problemas que afetam o movimento espírita, como se tudo em nosso meio estivesse às mil maravilhas.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita