A. O Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher em uma futura existência?
B. A reencarnação fortalece ou destrói os laços de família?
C. Os pais transmitem aos filhos, além da semelhança física, uma semelhança moral?
D. Como entender a existência de filhos maus?
E. Como se explicam as faculdades extraordinárias que muitas pessoas têm de certos conhecimentos, sem havê-los estudado nesta existência?
Texto para leitura
119. A sucessão de existências corpóreas estabelece entre os Espíritos liames que remontam às existências anteriores; é disso que decorrem, com frequência, as causas de simpatia entre nós e alguns Espíritos que nos parecem estranhos. (L.E., 204)
120. A doutrina da reencarnação não destrói os laços de família. Ela os estende, ao mostrar-nos que os laços que unem os membros de uma mesma família, baseados em afeições anteriores, são menos precários. (L.E., 205)
121. Os Espíritos são frequentemente atraídos a esta ou àquela família por causa de simpatia ou ligações anteriores. (L.E., 206)
122. O Espírito do pai tem a missão de desenvolver a alma dos filhos pela educação: isso é para ele uma tarefa, e se nela falhar, será culpado. (L.E., 208)
123. Um mau Espírito pode pedir bons pais, na esperança de que seus conselhos o dirijam por uma senda melhor, e muitas vezes Deus o atende. (L.E., 209)
124. Os pais podem melhorar o Espírito da criança a que deram nascimento e que lhes foi confiada; esse é o seu dever. Filhos maus são uma prova para os pais. (L.E., 210)
125. Com a morte, o corpo é destruído e o novo corpo não tem nenhuma relação com o antigo. Entretanto, o Espírito reencarnado se reflete no corpo, que é modelado pelas qualidades do Espírito, que lhe imprime um certo caráter, principalmente no semblante, sendo certo dizer que os olhos são como o espelho da alma. (L.E., 217)
126. É assim que, sob um envoltório mais humilde, pode encontrar-se a expressão da grandeza e da dignidade, enquanto sob o hábito do grande senhor veem-se algumas vezes a da baixeza e da ignomínia. (L.E., 217)
127. Algumas faculdades intelectuais, com a mudança dos corpos, podem perder-se, desde que se tenha desonrado a faculdade, empregando-a mal. Uma faculdade, por exemplo o gosto pela música, pode também ficar adormecida durante uma existência, porque o Espírito queira exercer outra que não se relacione com ela. Nesse caso, ela permanece em estado latente, para reaparecer mais tarde. (L.E., 220)
128. A doutrina espírita é tão antiga quanto o mundo; é por isso que a encontramos por toda a parte, e é esta uma prova de sua veracidade. O Espírito encarnado, conservando a intuição do seu estado de Espírito, tem a consciência instintiva do mundo invisível, mas quase sempre ela é falseada pelos preconceitos e pela ignorância. (L.E., 221-A)
Respostas às questões propostas
A. O Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher em uma futura existência?
Sim; são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres. Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem encarnasse só saberia o que sabem os homens. (O Livro dos Espíritos, questões 201, 200 e 202.)
B. A reencarnação fortalece ou destrói os laços de família?
Ela os distende; não os destrói. Fundando-se o parentesco em afeições anteriores, menos precários são os laços existentes entre os membros de uma mesma família. Essa doutrina amplia os deveres da fraternidade, porquanto no vosso vizinho, ou no vosso servo, pode achar-se um Espírito a quem tenhais estado presos pelos laços da consanguinidade. (Obra citada, questões 205 e 206.)
C. Os pais transmitem aos filhos, além da semelhança física, uma semelhança moral?
Não, porque diferentes são as almas ou Espíritos de uns e outros. O corpo deriva do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito. Entre os descendentes das raças apenas há consanguinidade. As parecenças morais que costuma haver entre pais e filhos derivam do fato de que uns e outros são Espíritos simpáticos, que reciprocamente se atraíram pela analogia dos pendores. (Obra citada, questões 207, 207-A, 208, 209 e 203.)
D. Como entender a existência de filhos maus?
Não é raro que um mau Espírito peça lhe sejam dados bons pais, na esperança de que seus conselhos o encaminhem por melhor senda e muitas vezes Deus lhe concede o que deseja. O papel dos pais é melhorar o Espírito do filho que lhes nasceu e a eles está confiado. Os maus filhos são uma prova para os pais. (Obra citada, questões 209 e 210.)
E. Como se explicam as faculdades extraordinárias que muitas pessoas têm de certos conhecimentos, sem havê-los estudado nesta existência?
Lembrança do passado; progresso anterior da alma, mas de que ela não tem consciência. Donde queres que venham tais conhecimentos? O corpo muda, o Espírito, porém, não muda, embora troque de roupagem. (Obra citada, questões 219, 218, 218-A, 218-B e 220.)