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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 5 - N° 253 - 25 de Março de 2012

 

O filhote de Águia

 

Certa ocasião, uma Águia saíra em busca de alimento. Ela voou bastante, procurando algo que pudesse satisfazer a fome de seus filhotes, que estavam famintos.

Procurou... procurou... procurou... até que viu, ao longe, uma galinha bem gorda e apetitosa.

A mamãe Águia não teve dúvidas. Com rapidez, para não perder sua presa, foi em direção à galinha que ciscava num terreno e, num voo rasante, segurou-a com suas garras e com seu bico.

A pobre galinha se debatia, tentando fugir da enorme Águia, cacarejando:

— Dona Águia, não me mate! Tenho filhotes aguardando-me no ninho. Sem minha presença, eles morrerão de fome,

pois ainda são recém-nascidos e muito fraquinhos. Tenha piedade!...  

E tanto a pobre galinha pediu que a Águia, condoída, lembrando-se dos seus filhotes, soltou-a.

— Está bem! Está bem!... Por essa vez, está livre. Mas evite cair nas minhas garras de novo, porque não terei piedade!

— Obrigada! Obrigada, dona Águia! Se precisar de alguma coisa, pode contar comigo!

Orgulhosa, a Águia alçou voo no espaço, pensando:

— Pois sim! Quando é que eu, enorme e linda Águia, poderosa e respeitada por todos no céu, vou precisar dos favores de uma reles galinha?

Regressando ao seu ninho, a Águia fitou os filhotes que a aguardavam de biquinhos abertos e, lembrando-se da galinha, reconheceu que fizera bem em ajudá-la. Pelo menos, os pintainhos dela não passariam fome.

Alguns dias depois, com os filhotes já um pouco mais espertos, a Águia resolveu levá-los para o primeiro exercício de voo.

Os filhotes estavam eufóricos! Iam aprender a voar pelo espaço com a mamãe!

Durante o treino, sem perceber, um deles se afastou dos demais e, confuso, acabou caindo no meio de algumas árvores.

Sem saber onde estava, o filhote de águia ficou se arrastando no solo, a pipilar de medo, chamando pela mãe.

Nesse momento, a galinha, que ciscava ali perto, viu o filhotinho de águia em apuros e parou, perguntando:

— Olá! Onde está sua mãe?

O filhote, que nunca tinha visto uma galinha, respondeu temeroso:

— Não sei! Mamãe está com meus irmãos. Tentando voar, eu caí e agora não sei o que vou fazer! — choramingava ele, apavorado.

— Não se preocupe. Ficarei com você até que sua mamãe apareça. Ela deve estar a procurá-lo e não deve tardar. Fique tranquilo. Está com fome?

— Sim, estou faminto!

— Pois então, coma! Aqui estão alguns insetos que consegui para levar ao meu ninho. Mas, não se preocupe. Pode comer à vontade. Depois arranjarei outros para meus filhotes.

— Eles estão uma delícia! — aprovou o filhote de águia depois de prová-los.

— Pode comer mais, não se acanhe — disse a galinha, generosa.

Nesse instante, ouviram um forte bater de asas. De repente, a águia-mãe estava ali, junto deles, muito brava, e guinchou:

— O que pensa que vai fazer com meu filhote, sua galinha?

A galinha olhou a enorme ave que chegara, e arregalou os olhos de medo. Nisso, o filhote de águia virou-se para a mãe e explicou, defendendo sua benfeitora:

— Mamãe, eu caí tentando voar, e

dona Galinha me encontrou e me ajudou. Deu-me a comida que ia levar para seus filhotes e ficou aqui cuidando de mim!

Envergonhada, a Águia fitou a galinha e disse:

— Desculpe-me. Devo-lhe muito, cuidou de meu filho, protegeu-o e alimentou-o. Obrigada.

A galinha balançou a cabeça, e respondeu:

— Não me agradeça, dona Águia. Eu faria isso por qualquer outro ser. Acredito que devemos nos ajudar uns aos outros porque, assim, também seremos ajudados.

A galinha parou de cacarejar por alguns instantes, olhou bem para a águia, e perguntou:

— Não se lembra de mim? Sou aquela galinha que você ajudou um dia. Sempre me recordo que, quando falei dos meus pintainhos, você deixou-me ir embora, livre. Hoje, felizmente, pude retribuir o favor que você me fez.  

A Águia abraçou a galinha, comovida com a lembrança, pois não tinha hábito de ajudar ninguém, e tornaram-se amigas.

A orgulhosa Águia reconheceu que toda boa ação reverte sempre em favor de quem o pratica, mesmo se quem a praticou ou quem a recebeu já não se lembre dela.

O importante é que o bem gerado pela boa ação permanece gravado para sempre em nossos arquivos espirituais.     
 

                                                                  MEIMEI 


(Recebida por Célia Xavier de Camargo, em Rolândia-PR, em 5/3/2012.)
 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita