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Ano 6 - N° 277 - 9 de Setembro de 2012

 


Uma receita para afastar
os maus Espíritos


Toda vez que alguém envolvido em um processo obsessivo busca auxílio numa Casa Espírita, as pessoas, sobretudo seus familiares, imaginam que o resultado positivo se dará rapidamente, o que nem sempre ocorre.

Será que os bons Espíritos, os protetores espirituais chamados para o socorro, são mais fracos do que o Espírito causador da obsessão?

Não. Não é isso que ocorre. Não é o bom Espírito que é mais fraco: é a pessoa que não é bastante forte para sacudir o manto lançado sobre ela, para se livrar do constrangimento dos braços que a enlaçam e nos quais, é preciso que se diga, algumas vezes se compraz. Ora, se a pessoa prefere comprazer-se no envolvimento que a constrange, nada ou pouco poderá fazer o amigo espiritual.

Imaginemos, porém, que a pessoa tenha realmente o desejo de se desembaraçar desse jugo e mesmo assim nada consegue. Qual a explicação?

Examinando esse assunto, Kardec explica que nem sempre o desejo, em casos assim, basta, porque a tarefa da desobsessão é uma espécie de luta contra um adversário. Se duas pessoas lutam corpo a corpo, aquela que tem músculos mais fortes derruba a outra.

Nos processos obsessivos, é necessário lutar não corpo a corpo, mas Espírito a Espírito, e é ainda aqui o mais forte que domina, sendo que nesse caso a força está na autoridade moral que se pode tomar sobre o Espírito.

Esforçar-se para ser bom, tornar-se melhor se já é bom, purificar-se de suas imperfeições, em uma palavra: elevar-se moralmente o mais possível, esse é o meio para se adquirir o poder de dominar os Espíritos inferiores e, desse modo, afastá-los.

Mas – alguns ainda perguntam – não podem os Espíritos protetores ordenar ao mau Espírito que se afaste?

Sem dúvida, podem e o fazem algumas vezes; contudo, permitindo a luta, deixam também à vítima do processo o mérito da vitória. Se deixam se debaterem pessoas merecedoras sob certos aspectos, é para provar a sua perseverança e fazê-las adquirir mais força no bem, o que será, para elas, uma espécie de ginástica moral.

Muitos, sem dúvida, prefeririam uma receita prática para a expulsão dos maus Espíritos. Quem sabe? algumas frases de efeito, alguns sinais cabalísticos, o que seria mais cômodo do que corrigir seus defeitos. Não se conhece, porém, nenhum meio eficaz para vencer um inimigo senão sendo moralmente mais forte do que ele.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita