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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 6 - N° 285 - 4 de Novembro de 2012

 
 



O retorno de Jesus

 

Como tanta gente, Lea e o filho saíram da cidade natal viajando até Jerusalém, em virtude das comemorações da Páscoa, ficando hospedados em casa de parentes, que os receberam com satisfação.

No dia seguinte, segundo informações que corriam de boca em boca, o Profeta se aproximava da cidade e uma multidão se acotovelava à espera dele. Era um dia de muitas alegrias. O pequeno Josué caminhava com sua mãe pelas ruas de Jerusalém, dirigindo-se ao local por onde o Profeta deveria passar.
 

Não demorou muito, ouviram o alarido daqueles que o acompanhavam. Assim, foi com grande emoção que Josué viu Jesus, montado num burrico, cercado pela multidão que agitava ramos sobre as cabeças em sinal de alegria, dizendo palavras de louvor.

— Veja,  Josué!  O  Messias  tão

aguardado por nosso povo durante séculos está entrando vitorioso em Jerusalém. Aleluia! Aleluia! Hosanas ao Senhor! — gritava a mãe, feliz.

E Josué repetia-lhe as palavras, com o coraçãozinho cheio de amor: — Aleluia! Aleluia!...

Alguns dias depois, fazendo compras no mercado, Lea ouviu dizer que o Profeta fora preso na noite anterior pelos soldados romanos. Tinha sido julgado e condenado à morte na cruz.

Então, desesperada, Lea saiu pelas ruas à procura de mais notícias. Encontrou enorme multidão que se aglomerava para ver o Profeta passar carregando a sua cruz.

Arrastando o filho, Lea foi seguindo pelas ruas chorando e sofrendo por ver o estado do Mestre tão amado. Josué, com suas pernas pequenas, exausto pela caminhada, tropeçava nas pedras da rua, caía, levantava-se, também chorando de dor por aquele homem que era tão bom, agora todo ferido pelos espinhos da coroa que lhe colocaram na cabeça.

Jesus foi crucificado, junto de dois ladrões, permanecendo quase sozinho. Seus amigos, todos aqueles que o acompanhavam, com raras exceções, haviam fugido apavorados, deixando-o sozinho.

Lea e o filho permaneceram ali, junto da multidão, vendo tudo acontecer e sem poder fazer nada. Nos seus últimos instantes, Jesus ergueu os olhos para o Alto e disse:
 

— Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem.

Aquelas palavras ficaram gravadas na mente e no coração de Josué. Apesar de ser criança, ele compreendeu a grandeza daquele homem que, mesmo sendo preso, torturado e crucificado, perdoava seus carrascos, aqueles que tanto o tinham feito sofrer.

Lea e o filho deixaram o local apenas quando uma grande tempestade se anunciava, transformando o dia em noite.

Voltando a casa, Lea só fazia chorar. Josué não saía de perto da mãezinha, compreendendo seu sofrimento, que ele também sentia.

Assim se passou uma semana. Certo dia, eles ouviram um   alarido   na   rua.  Pessoas   passavam  alegres e

gritavam:  

— Aleluia! Aleluia!... O Messias não morreu! Hosanas ao Senhor! Aleluia! Aleluia!...

Todos saíam à rua para ver o que estava acontecendo. Lea perguntou a um homem que passava o que estava acontecendo.

— Ah! Estamos comemorando a volta do Messias! Jesus não morreu! Está
vivo!...

Perplexa, Lea indagou novamente:

— Explique melhor, bom homem. Não pode ser! Eu fui testemunha da sua morte na cruz!...

— Acredite, senhora. Toda a cidade de Jerusalém já sabe. Jesus não morreu. Foi visto por Maria de Magdala no túmulo; depois, quando ela foi levar o recado que Ele lhe dera aos outros, que estavam escondidos numa casa com medo de ser presos, ninguém acreditou. No entanto, o Mestre apareceu para eles, conversou, comeu com eles, enchendo-os de alegria.

E, já se afastando, após dar a notícia tão importante, ele continuava gritando:

— Aleluia! Aleluia! Jesus estava morto e reviveu!  Está vivo!  Hosanas! Hosanas!...

Uma grande alegria envolveu a todos. Lea abraçava o filho Josué, cheia de felicidade.

— Então, tudo o que Jesus dizia era verdade. Ele pregava a imortalidade da alma! A morte não existe! Todos nós continuaremos vivendo eternamente.

De posse de notícia tão extraordinária, Lea resolveu retornar o mais rápido possível para sua cidade. Os familiares queriam que ela ficasse, mas Lea explicou:

— Não posso. Preciso levar a notícia da volta de Jesus para nosso povo. Lá, nossos amigos devem estar sofrendo bastante. Preciso levar-lhes essa alegria!

Assim, despedindo-se dos familiares e amigos que deixava, retornou para sua cidade, levando a boa nova. Todos ficaram eufóricos ao saber que o Mestre estava vivo.

E Lea, vendo a reação deles e quanto isso significou para seus amigos, decidiu levar a notícia para outras localidades vizinhas, onde certamente muita gente estaria sofrendo.

Feliz da vida, Josué acompanhava sua mãe, tornando-se um companheiro valioso.

Alguns anos depois, após a morte de Lea, o próprio Josué levaria a mensagem do Evangelho para outros lugares, ajudando as pessoas, socorrendo-as em suas dificuldades e iluminando-as com os ensinamentos de seu querido Mestre Jesus.

MEIMEI


(Recebida por Célia X. de Camargo, em Rolândia-PR, aos 15/10/2012.) 
     

 

 


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