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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 7 - N° 350 - 16 de Fevereiro de 2014

 
 

 

Vencendo limites

 

Clarinha estava muito triste e inconformada: havia contraído sarampo e precisava ficar de cama por alguns dias.

Benedita, auxiliar de faxina na casa, entrou no quarto trazendo uma bandeja com o lanche e um remédio que Clarinha teria que tomar. Irritada, a menina reclamou:
 

— Outra vez esse remédio horroroso, Benê?...

— É preciso, Clarinha. Você está com febre.

A garota emburrou, cruzou os braços e quis saber:

— Por que só eu estou doente? Quero ir para a escola, como meus colegas! Não aguento mais ficar nesta cama

sem fazer nada, Benê!...  

Cheia de paciência, a bondosa mulher sentou-se à beirada da cama, com a bandeja no colo, e suspirou dizendo:

— Ah, Clarinha! Você está reclamando à toa! Tem gente em condições muito piores que as suas!...

— Então você acha que é fácil ficar deitada nesta cama, sem poder sair, brincar, andar de bicicleta, passear com minhas amigas?

A bondosa senhora abriu o rosto num sorriso triste e respondeu:

— Logo você poderá fazer tudo isso, Clarinha. Mas, infelizmente, meu filho não...

— E por que não? — indagou a menina, surpresa.

— Joãozinho nasceu com um defeito nas pernas e não pode andar. Ele fica deitado estudando, lendo, ou na cadeira de rodas.

— Coitadinho, Benê! Deve ser um menino muito triste!

A empregada sorriu e contestou:

— Nada disso, Clarinha! Ele é um garoto muito bem-humorado, disposto, alegre e faz um monte de coisas para ajudar pessoas como ele. Eu agradeço muito a Deus por isso. 

A menina não acreditou nas palavras de Benedita e resolveu:

— Assim que puder, vou fazer uma visita ao seu filho, Benê. Posso?

— Claro! Joãozinho vai adorar!

Alguns dias depois, já recuperada, lembrando-se da promessa, Clarinha foi com Benê até a sua casa. Adorou o jardim cheio de flores, a casa simples, mas limpa e bem cuidada.

— Quem cuida da sua casa, Benê?
 

Nesse momento, entrou na sala um rapazinho numa cadeira de rodas. Seu sorriso amplo, os olhos grandes e vivos, deixou-a encantada.

— Olá, Clarinha! Estou contente com sua visita. Queria muito conhecê-la. Mamãe fala bastante de você! Quer me ajudar a cuidar das plantas?

Clarinha aceitou contrariada, porque não queria trabalhar; queria brincar com ele.

— Você poderia me levar até o jardim? — ele pediu, sorridente.
 

A menina entendeu. Ele não poderia ir sozinho, claro. Segurou os varões da cadeira de rodas e conduziu-o para fora, tentando não trombar em tudo que via pela frente. No jardim, com destreza, Joãozinho escorregou da cadeira e arrastou-se até perto das plantas conversando com ela e explicando sobre cada espécie.

— Sabe, Clarinha, as plantas são como gente, elas precisam de cuidados: é importante afofar a terra, retirar as folhas secas, fazer uma poda se for preciso e, especialmente, de água na medida certa. Agradeço todo dia a bênção de poder cuidar das plantas e vê-las crescer. E não teria conseguido vencer meus limites sem a ajuda de Deus.  

Clarinha estava admirada e perguntou como ele aprendera tanto sobre plantas.

— Foi preciso, Clarinha. Quando descobri que não poderia andar, fiquei muito triste. Porém minha mãe me explicou que eu só estaria impedido de “andar”, mas poderia fazer um monte de outras coisas, e completou: Meu filho, seu limite está em você. Descubra o que pode fazer, e faça! Deus o ajudará! 

Ele sorriu para Clarinha e, balançando os ombros, afirmou:

— Então, fui descobrindo e vencendo meus limites. Hoje eu faço de tudo! Eu lhe pedi para conduzir a cadeira, mas eu mesmo posso fazê-la andar empurrando as rodas com as mãos. Na verdade, quis que você se sentisse útil. Eu me sinto útil! Ajudo minha mãe arrumando a casa, lavo as louças e as roupas. Só não posso estendê-las no varal porque não alcanço. Quando minha mãe não está, faço até comida! 

Clarinha sentiu-se envergonhada. Aquele menino, que não podia andar, fazia muito mais do que ela, que reclamara tanto por ficar alguns dias de cama!

A menina olhou para ele cheia de admiração e pediu:

— Joãozinho, você me ensina a cuidar das plantas da minha casa?

— Claro! Ficarei muito satisfeito em poder ajudá-la!

Tomaram um lanche gostoso, depois a menina se despediu dele com tristeza. Uma grande admiração e afeto por Joãozinho nascera em seu coração.

Voltando para casa, Clarinha sentia-se eufórica, e contou à mãe que menino inteligente era Joãozinho. Depois, completou:

— Mamãe, como o Joãozinho, eu também quero mudar! Joãozinho vem me ensinar a cuidar do jardim, não é ótimo? Ao vê-lo na cadeira de rodas, você não acredita em tudo que ele é capaz de fazer!

— É mesmo, minha filha?

— Sim, mamãe. Com Joãozinho, eu aprendi que nós só temos os limites que estabelecemos para nossa vida. E que Deus nos ajuda sempre que precisamos!

Benedita sorriu feliz e orgulhosa, ao ver a mudança de Clarinha.

Emocionada, a mãe abraçou a filha certa de que importantes transformações haviam acontecido naquele dia dentro de Clarinha, em geral rebelde e preguiçosa. E erguendo os olhos para o Alto, agradeceu a Deus pelas bênçãos daquele dia.                                               

MEIMEI 
 

(Recebida por Célia X. de Camargo, em 27/01/2014.)        

                                                    

 


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