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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 7 - N° 330 - 22 de Setembro de 2013

 
 



O veneno da raiva

 

Ao completar oito anos, Luizinho ganhou de presente do seu pai uma linda bicicleta. Feliz, ele saiu a andar pela rua com sua bicicleta novinha em folha para fazer inveja aos amigos.

O ar admirado deles encheu-o de satisfação. Um deles pediu:

— Luizinho, você me deixa andar um pouco com sua bicicleta?

— Não. Ela é minha. Acabei de ganhar. Você pode cair e estragá-la.

Desapontado, o amigo afastou-se de cabeça baixa. Ouvindo aquilo, os outros meninos se afastaram também para brincar em outro lugar, deixando-o sozinho.
 

Luizinho nem se incomodou, pensando que os amigos estavam apenas com inveja dele. Então, ele saiu a passear todo contente, exibindo a bicicleta nova. Como estava um dia lindo de sol, ele sentiu sede e parou numa bica para beber água.

Nisso, um menino que era seu colega de escola, resolveu fazer uma brincadeira com ele. Enquanto ele se inclinava na torneira para beber água com as mãos, o colega pegou a

bicicleta e saiu pedalando rápido.  

Luizinho virou-se, enxugando o rosto molhado com as mãos, e levou um susto. A bicicleta nova não estava mais ali!...

— Roubaram minha bicicleta nova! Socorro! Socorro! — pôs-se ele a gritar, e saiu correndo para tentar encontrar sua bicicleta.

Mas nem sombra dela. 

Ao passar por um lugar sem casas, cheio de árvores, e cujo terreno do lado direito da rua se inclinava até acabar em pequeno riacho, ele viu um garoto que subia pela grama, sujo e molhado, trazendo uma bicicleta também suja e toda torta.

— Caio! O que aconteceu? — de repente, examinando bem, ele gritou — É a minha bicicleta nova! Toda suja e estragada! Você roubou minha bicicleta!

— Não, Luizinho, eu quis apenas brincar com você. Eu o vi tomando água e peguei a bicicleta apenas para dar-lhe um susto. Mas acabei perdendo o controle e saí da rua, caindo no riacho. Eu não queria roubá-la, só brincar com você. Afinal, somos amigos! — explicou o menino, pálido e muito envergonhado.  
    

— Não perdoo o que fez! E também não somos mais amigos. Você vai me pagar por isso! — gritava Luizinho cheio de raiva, tomando a bicicleta das mãos do menino.

Caio começou a chorar, muito triste, e saiu correndo para casa.

Luizinho voltou arrastando a bicicleta. Ao entrar, 

cansado e muito revoltado, contou ao seu pai o que tinha acontecido. O pai examinou a bicicleta e disse:

— Meu filho, ela não está quebrada, apenas torta. E a pintura não está nem arranhada — e, enquanto falava, com muito jeito, o pai desentortou-a. — Viu Luizinho? Sua bicicleta continua nova e linda!

O garoto agradeceu ao pai, mas continuou cheio de raiva. Não podia nem pensar no Caio que tinha vontade de bater nele.

Com o passar dos dias, Luizinho foi piorando cada vez mais. Mostrava-se irritado, nervoso, cara fechada, mal-humorado, de olhos duros e não se alimentava direito. Em alguns dias, ele se sentia tão mal que foi para a cama. A mãe, preocupada, não conseguia entender o que estava acontecendo com ele e perguntou:

— Luizinho, o que aconteceu? Você mudou completamente de uns dias para cá, filho!

— Não aconteceu nada, mãe.

O pai, que entrara no quarto, também apreensivo, ouviu e quis saber:

— O que passa pela sua cabeça, meu filho? Tem alguma coisa que o incomoda e que você pensa o tempo todo?

— Tem sim, pai. Só consigo pensar no Caio. Estou com tanta raiva que tenho vontade de bater nele!

— Mas por quê? Se for por causa da bicicleta, você não teve prejuízo algum, Luizinho.

— Mas eu continuo com muita raiva dele, pai. Se eu encontrar com ele, nem sei o que sou capaz de fazer.

Os pais trocaram um olhar, entendendo o que estava acontecendo. Então, o pai disse:

— Meu filho, o rancor faz muito mal para nós. Você está se envenenando com esses pensamentos de raiva, a ponto de contaminar seu corpo. Procure ver Caio como um amigo que foi infeliz numa brincadeira. Coloque-se no lugar dele: E se fosse você a pegar a bicicleta do Caio, não gostaria de ser perdoado?

O menino pensou um pouco e respondeu:

— Tem razão, papai. Vou conversar com ele. 

Luizinho estava bem melhor. Mas, decidido a colocar um fim nessa história, o pai foi buscar Caio e trouxe-o para sua casa. Ao ver o amigo, Luizinho ficou contente. Caio começou a chorar, e desculpou-se mais uma vez:

— Não fiz de propósito, Luizinho. Quis brincar com você e me dei mal. Estou sofrendo porque não me perdoo por isso.

Ao ver o amigo tão triste, o coração de Luizinho amoleceu. Ele ergueu-se do travesseiro e sorriu:

— Eu sei que foi uma brincadeira. Já passou, Caio. E se você quiser andar na minha bicicleta, eu deixo.

Naquele momento, eles se abraçaram e foi como se uma nuvem escura saísse do íntimo de Luizinho. Com o perdão, ele sentia-se leve e em paz. Estava curado do veneno da raiva.  

MEIMEI
 

(Recebida por Célia X. de Camargo, em 29/07/2013.)

                                                    

 


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